Cuba volta à ONU para exigir o fim do bloqueio imposto há mais de seis décadas pelos EUA
O chanceler cubano Bruno Rodríguez denuncia na ONU o impacto do bloqueio imposto há mais de 60 anos contra Cuba e defende a soberania do país caribenho
247 - O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, lidera a delegação cubana em Nova York, onde participa, nesta terça (28) e quarta-feira, do debate na Assembleia Geral da ONU sobre o projeto de resolução que pede o fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba.
De acordo com a agência Prensa Latina, Rodríguez afirmou em sua conta na rede social X que Cuba participa da sessão da ONU “para defender a verdade de Cuba e a comunidade internacional, que o governo dos EUA tenta manipular sob uma pressão sem precedentes”. O chanceler destacou ainda que “a camarilha política corrupta [dos Estados Unidos] teme ser novamente isolada pela condenação esmagadora da ONU ao seu estrangulamento econômico e às medidas sofridas pelo povo cubano”.
Esta será a 33ª vez que a ONU vota uma resolução pelo fim do bloqueio a Cuba, uma política imposta há mais de seis décadas por sucessivos governos democratas e republicanos. O texto apresentado pela ilha denuncia o agravamento dos efeitos do bloqueio econômico, comercial e financeiro que impede o desenvolvimento e afeta diretamente a população.
No último debate, a comunidade internacional manifestou-se de forma quase unânime: 187 países votaram contra o bloqueio, enquanto apenas Estados Unidos e Israel o apoiaram. O resultado refletiu, mais uma vez, o isolamento de Washington em relação à política imposta à nação caribenha.
De acordo com dados oficiais, o bloqueio norte-americano causou prejuízos de 7,56 bilhões de dólares no último ano — um aumento de 49% em comparação com o período anterior. O governo cubano afirma que os danos afetam setores vitais como saúde, alimentação, energia, transporte e tecnologia de comunicação, dificultando o acesso da população a insumos médicos, alimentos e combustível.
Bruno Rodríguez também lembrou que os Estados Unidos mantêm Cuba na lista arbitrária de Estados patrocinadores do terrorismo, o que, somado à Lei Helms-Burton, intensifica a perseguição financeira e comercial contra o país. “O impacto devastador desse bloqueio é sentido na vida cotidiana de cada cubano”, enfatizou o chanceler.
Durante o debate desta semana, 49 países e blocos regionais — entre eles a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL) e a Comunidade do Caribe (Caricom) — deverão expressar apoio à resolução cubana que pede o fim imediato do bloqueio dos EUA. A votação final na Assembleia Geral da ONU está prevista para esta quarta-feira (29).


