Viagens de avião crescem no Brasil e já representam 14,7% do total em 2024
Dados são da PNAD Contínua: Turismo, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo
247 - O transporte aéreo está conquistando cada vez mais espaço nas viagens realizadas dentro do Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Turismo (PNAD Turismo), divulgada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo, a fatia de brasileiros que utilizam o avião como principal meio de transporte passou de 10,5% em 2020 para 14,7% em 2024.
Segundo a Agência Gov, a tendência de crescimento reflete uma mudança no comportamento dos viajantes após a pandemia de Covid-19, período em que os deslocamentos por carro, próprio ou de empresa, eram predominantes. Apenas nos oito primeiros meses de 2025, o setor aéreo já transportou 65,7 milhões de passageiros. O mês de agosto marcou um recorde: 8,7 milhões de viajantes circularam pelos aeroportos nacionais, o melhor desempenho da série histórica e o 12º mês consecutivo de crescimento no transporte doméstico.
Impacto no turismo e na economia
O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou a importância desse movimento para o setor: “O brasileiro tem viajado mais e aproveitado melhor as oportunidades de conhecer o país. Esse movimento fortalece o turismo, gera empregos e aquece a economia em todas as regiões”, afirmou.
Apesar do avanço do transporte aéreo, o carro continua sendo o meio mais utilizado nas viagens, com participação de 50,7% em 2024, seguido pelo avião (14,7%) e pelo ônibus de linha (11,9%). A pesquisa aponta que a utilização de veículos não coletivos recuou em comparação a 2020, quando os automóveis respondiam por 57,6% das viagens.
Viagens profissionais e pessoais
O levantamento também mostrou que o aumento no uso do avião foi mais expressivo nas viagens de caráter profissional. Em 2020, apenas 19,9% das viagens de trabalho eram feitas de avião; o percentual subiu para 27,1% em 2023 e atingiu 28,8% em 2024.
No total, a maior parte das viagens feitas no país continua sendo pessoal, com 85,5% do total em 2024, contra 14,5% profissionais — proporção praticamente estável em relação ao ano anterior. Entre as viagens de negócios, 82,7% ocorreram para fins de trabalho e 11,8% para participação em eventos ou cursos de capacitação. Já nas viagens pessoais, o lazer foi o principal motivo (39,8%), seguido pelas visitas a familiares e amigos (32,2%), que vêm diminuindo desde 2020, quando representavam 38,6%.
Políticas públicas e incentivo
O crescimento do setor aéreo reforça a relevância de políticas de incentivo ao turismo interno. Uma das iniciativas em andamento é o programa “Conheça o Brasil: Voando”, coordenado pelo Ministério do Turismo em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). A proposta busca ampliar a conectividade entre destinos nacionais, principalmente regionais, estimular a circulação de visitantes e fomentar novos negócios no setor.