BRASÍLIA (Reuters) - O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse nesta terça-feira que o governo avalia a necessidade de socorrer empresas brasileiras impactadas pela tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, ponderando que as medidas seriam pontuais, direcionadas e com o menor custo fiscal possível.
Em entrevista à imprensa, Durigan ponderou que o governo trabalha pela reversão dessa taxação, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Segundo ele, ainda é preciso aguardar para se fazer avaliações sobre o eventual impacto da tarifa sobre a atividade, a inflação e outros indicadores econômicos.

Bianca Penteado

Secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan

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Brasil

Socorro a empresas afetadas por tarifa dos EUA seria pontual e com menor custo fiscal possível, diz Durigan

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comentar, nesta quinta-feira (17), a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que deve entrar em vigor em 1º de agosto, foi classificada por Lula como um gesto de confronto. “O Brasil não é de brigar, mas também não é de fugir”, afirmou durante um evento de entregas do governo federal.
Segundo Lula, o governo brasileiro havia enviado uma carta ao governo norte-americano em maio, mas nunca recebeu resposta — apenas, segundo ele, a “carta desaforada” de Trump, que também tem criticado o sistema de pagamentos Pix.
“Estão incomodados porque o Pix vai acabar com o cartão de crédito. Vamos criar o Pix parcelado. É uma coisa do Brasil, não tem por que ficar dando palpite nisso. É preciso que o presidente dos EUA saiba que ele não é imperador do mundo, que foi eleito para cuidar do povo americano”, afirmou.
Ao comentar a carta do presidente norte-americano, Lula ainda mencionou a exigência de Trump de que o Brasil encerrasse o processo contra Jair Bolsonaro. O petista destacou que o processo contra Bolsonaro está sob responsabilidade do Judiciário e citou depoimentos de militares presos que, segundo ele, confirmaram planos de golpe de Estado e até mesmo de assassinato de autoridades.
“Quem vai condenar Bolsonaro é a Suprema Corte brasileira”, enfatizou. “Se condenado, o lugar dele é no xilindró. Neste país, a lei vale para todo mundo. Ninguém é melhor do que ninguém.”

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de anúncio de entregas do Governo Federal na área da saúde

'Brasil não é de brigar, mas também não é de fugir', diz Lula sobre tarifaço

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com indignação à nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre exportações brasileiras, anunciada pelo governo dos Estados Unidos. Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, Lula afirmou ter sido surpreendido tanto pelo valor da taxação quanto pela forma como a medida foi divulgada.
“Já estávamos em negociação com os EUA havia meses”, afirmou. “Desde março, enviamos uma proposta ao governo dos EUA. Após dez reuniões, mandamos uma proposta em maio dizendo o que queríamos. Para nossa surpresa, em vez de recebermos uma resposta oficial à carta que enviamos, recebemos a notícia publicada no site do presidente Trump.”
O petista destacou que o sistema judiciário brasileiro é independente e que, portanto, não cabe ao Executivo interferir em processos, numa resposta indireta à exigência norte-americana de que o Brasil encerrasse o processo contra Jair Bolsonaro.
“Não foi uma resposta oficial enviada por meios diplomáticos. Acho que foi um erro. Um grande erro. Porque a carta do presidente Trump está cheia de inverdades”, enfatizou. “O que não pode acontecer é o presidente Trump esquecer que foi eleito para governar os Estados Unidos. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo.”
Lula também contestou o argumento de Trump sobre o suposto déficit comercial com o Brasil. Segundo o presidente, os EUA tiveram um superávit de 410 bilhões de dólares em relação ao país nos últimos 15 anos.
O presidente brasileiro também indicou que o Brasil buscará todas as vias diplomáticas para tentar reverter a decisão, mas não descartou levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou até aplicar a chamada "lei de reciprocidade", aprovada no Congresso.

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Mundo

Lula diz ter sido pego de "surpresa" por ameaça tarifária dos EUA

Agência Brasil - Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira (16), estima que os Estados Unidos serão o país mais prejudicado pelas tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump.
Segundo as estimativas da CNI, baseadas em fontes oficiais e estudos econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Produto Interno Bruto (PIB) estadunidense poderá cair 0,37% em razão das barreiras tarifárias impostas ao Brasil, à China e a outros 14 países, além das taxas impostas à importação de automóveis e aço de qualquer nação.
De acordo com o levantamento, o tarifaço poderá reduzir em 0,16% o PIB do Brasil, assim como o da China, além de provocar uma queda de 0,12% na economia global e uma retração de 2,1% no comércio mundial.
“Os números mostram que esta política é um perde-perde para todos, mas principalmente para os americanos. A indústria brasileira tem nos EUA seu principal mercado, por isso a situação é tão preocupante. É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
<h3>Impactos no Brasil</h3>
O levantamento da CNI mostra que o tarifaço estadunidense, além de causar redução de 0,16% no PIB brasileiro (R$ 19,2 bilhões), deverá diminuir em R$ 52 bilhões as exportações do país e causar o desaparecimento de 110 mil empregos.
Os setores mais prejudicados com a tarifa sobre o Brasil deverão ser o da indústria de tratores e máquinas agrícolas (redução de 4,18% na produção e 11,31% nas exportações); indústria de aeronaves, embarcações e equipamentos de transporte (queda de 9,1% na produção e 22,3% nas exportações); e dos produtores de carnes de aves (diminuição de 4,1% na produção e 11,3% nas exportações).
Os estados mais afetados deverão ser São Paulo (queda de R$ 4,4 bilhões no PIB), Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão), Paraná (R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,6 bilhão).
<h3>Relação Brasil x EUA</h3>
De acordo com o levantamento, o Brasil aplica tarifa média de 2,7% às importações de produtos estadunidenses. No período de 2015 a 2024, os EUA mantiveram superávit com o Brasil: US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços.
Os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, sendo o destino de 12% das exportações brasileiras e a origem de 16% das importações. Também são o principal destino das exportações da indústria de transformação nacional, correspondendo a 78,2% das exportações em 2024.

Estados Unidos serão principal prejudicado por tarifaço, prevê CNI

247 – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira (15) que apenas o governo federal tem autoridade para conduzir negociações comerciais com outros países. A declaração foi feita durante visita oficial à Irlanda, em meio à repercussão da tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. A informação pe da <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/teo-cury/politica/entre-dois-estados-o-negociador-e-o-governo-federal-diz-mauro-vieira/">CNN</a>.
Na ocasião, Vieira foi questionado sobre a tentativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de tratar diretamente com o encarregado de negócios dos Estados Unidos uma saída para a taxação. “Entre dois Estados, o negociador é o governo federal”, enfatizou.
O ministro ainda contestou a justificativa da tarifa com base em um suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil: “Nos surpreende a acusação de déficit americano, quando é totalmente o oposto.” Segundo ele, as conversas com os EUA seguem abertas e com disposição para entendimento.
Sobre a especulação de que a medida seria uma retaliação à declaração final da cúpula dos Brics, Vieira negou qualquer relação. “O Brics não é contra o Ocidente, mas a favor da cooperação entre países diversos”, pontuou.

Mauro Vieira: “Entre dois Estados, o negociador é o governo federal”

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou o Brasil com uma tarifa de 50% para buscar defender um aliado político dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, em entrevista ao portal Metrópoles nesta quarta-feira.
"Ele defende um aliado político dele para atacar um país, acho que isso não é razoável", afirmou Macêdo após o anúncio de Trump de que vai taxar em 50% os produtos brasileiros exportados para os EUA.
Ao anunciar as tarifas, Trump disse em uma carta endereçada ao governo brasileiro que "a maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional".

Trump ataca um país para defender aliado político, diz ministro de Lula sobre tarifa dos EUA

247 – Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com previsão de vigência a partir de 1º de agosto, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu uma reação imediata do Brasil. Em publicação na rede social X, ele destacou que o país já dispõe de um instrumento legal para retaliar “protecionismos e terrorismos comerciais”.
Calheiros se referiu ao Projeto de Lei 2088/2023, chamado de PL da Reciprocidade Econômica, que autoriza a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a adotar sanções contra países que criem barreiras à entrada de produtos brasileiros. Segundo o senador, a proposta foi articulada com rapidez pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
“A CAE do Senado puxou o tema e deu ao país, em apenas 48 horas, o meio legal para responder proporcionalmente às ameaças externas. Soberania não se negocia”, enfatizou o parlamentar.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">O Brasil já dispõe de uma lei para retaliar protecionismos e terrorismos comerciais. A CAE do Senado puxou o tema e deu ao país, em apenas 48 horas, o meio legal para responder proporcionalmente às ameaças externas. Soberania não se negocia.&mdash; Renan Calheiros (@renancalheiros) <a href="https://twitter.com/renancalheiros/status/1943075560625938815?ref_src=twsrc%5Etfw">July 9, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

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