247 - O jornalista Aditya Chakrabortty, colunista do The Guardian,<a href="https://www.theguardian.com/commentisfree/2025/oct/02/javier-milei-argentina-nigel-farage-donald-trump-elon-musk"> publicou uma</a> análise sobre a rápida deterioração do governo de Javier Milei na Argentina e, sobretudo, sobre o silêncio de figuras globais da extrema-direita que antes o exaltavam como exemplo. Para Chakrabortty, o caso argentino se tornou um “teste de laboratório” sobre como projetos ultraliberais podem ascender com velocidade e, em pouco tempo, entrar em colapso.
No artigo, o colunista destaca que Milei, inicialmente celebrado como símbolo da nova direita internacional por nomes como Nigel Farage, Elon Musk e pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, hoje enfrenta uma combinação explosiva de crise cambial, fuga de capitais e escândalos de corrupção. A desvalorização abrupta do peso obrigou Washington a intervir com um pacote emergencial de US$ 20 bilhões, somado a um empréstimo do Fundo Monetário Internacional, para evitar uma quebradeira ainda maior.
<h3>De ícone midiático à queda acelerada</h3>
Chakrabortty lembra que Milei chegou ao poder explorando o cansaço da população com a “casta política” argentina. Autodefinido como “El Loco”, vestindo jaqueta de couro preta e empunhando motosserra, ele transformou ideias radicais em conteúdo viral. Disse que a mudança climática era “uma mentira socialista”, defendeu que pobres pudessem vender órgãos e chamou o Estado de “pedófilo no jardim de infância”.
Esse estilo performático lhe garantiu um eleitorado amplo entre jovens e classes populares, um feito raro para políticos não vinculados ao peronismo. Inicialmente, colheu algum sucesso: a inflação cedeu e os mercados reagiram com entusiasmo. Mas a ilusão durou pouco. O “superpeso” de Milei não resistiu, e denúncias atingiram sua própria irmã, a quem chama de “a chefe”, acusada de cobrar propinas em contratos públicos de medicamentos.
<h3>A derrota nas urnas e a rejeição popular</h3>
As eleições provinciais em Buenos Aires marcaram a virada. Hostilizado por manifestantes e derrotado nas urnas pelos peronistas, Milei viu ruir a narrativa de salvador econômico. “As pessoas acreditaram que ele melhoraria suas vidas. Agora estão o abandonando”, analisou Maria Victoria Murillo, professora de ciência política da Universidade Columbia, em entrevista ao Guardian.
Para conter a fuga de capitais, o Banco Central argentino, que Milei havia prometido extinguir, despejou bilhões de dólares em reservas. O apoio financeiro de Trump garantiu fôlego temporário, mas também expôs a dependência de Buenos Aires das mesmas elites e instituições que o presidente dizia combater.

Luis Mauro Filho

O presidente da Argentina, Javier Milei, participa de um evento que marca o 31º aniversário do atentado a bomba de 1994 contra o centro comunitário da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, Argentina, em 18 de julho de 2025

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Mundo

Artigo no Guardian questiona líderes da extrema-direita sobre fracasso econômico de Milei

247 - O bilionário de extrema-direita Elon Musk irá financiar o partido britânico Reform UK, afirmou o líder do partido, Nigel Farage.
Farage, liderança de extrema-direita que ajudou a defender a saída do Reino Unido da União Europeia, revelou na semana passada que se encontrou com Musk no resort Mar-a-Lago, na Flórida, propriedade do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A imprensa noticiou que Musk estaria considerando fazer uma generosa doação ao partido britânico.
"Fomos a Mar-a-Lago... Ele [Musk] fará uma doação, uma doação considerável, mas precisa ser legal e transparente", disse Farage ao jornal The Telegraph, em entrevista publicada neste sábado (28).&nbsp;
No entanto, Farage desmentiu rumores de que Musk planejava doar 100 milhões de libras, classificando a informação como "completa besteira".
Ao discutir o futuro papel de Musk como chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE, na sigla em inglês), Farage expressou esperança de que o empresário pudesse servir de exemplo sobre como reduzir e reorganizar uma burocracia estatal inchada.&nbsp;
Lucy Powell, líder da Câmara dos Comuns em Londres, afirmou na semana passada que não havia planos "imediatos" para proibir Musk de financiar o Reform UK, visto como um oponente do Partido Trabalhista, liderado pelo primeiro-ministro Keir Starmer, nas próximas eleições. (Com informações da Sputnik).&nbsp;

Leonardo Sobreira

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Musk financiará partido britânico de extrema-direita Reform UK, diz Nigel Farage

Tass – Boris Johnson, que foi primeiro-ministro britânico de 2019 a 2022 e persuadiu o presidente ucraniano Vladimir Zelensky a não assinar um acordo de paz com a Rússia na primavera de 2022, é responsável pelas baixas ucranianas, afirmou Nigel Farage, líder do partido populista de direita Reform UK.
Quando perguntado sobre como poderia ser um acordo de paz para a Ucrânia, ele disse: "O que isso parece é não rejeitar um acordo de paz, o que Johnson muito claramente fez, por suas próprias razões. Quantas pessoas morreram como resultado disso, eu não sei." "É como se ele quisesse que ambos os lados lutassem até a morte. Dado que temos até um milhão de baixas em combate, acho isso extraordinário", acrescentou Farage, citado pelo The Times.
O líder do Reform UK não descartou que a Ucrânia possa ter que ceder alguns de seus territórios para acabar com os combates. "Essa é a escolha dele [Zelensky]. Ninguém está sequer falando sobre paz. Tudo o que estamos falando é ‘A Ucrânia vai vencer.’ Sério? Eu sou bastante cético quanto a isso", observou. Segundo Farage, se Zelensky insistir em recuperar todas as áreas que as autoridades de Kiev acreditam pertencer à Ucrânia, "pode não haver mais homens jovens na Ucrânia."
David Arakhamia, chefe da facção Servant of the People, pró-presidencial, na Verkhovna Rada (parlamento ucraniano), afirmou em novembro de 2023 que foi o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson quem proibiu Kiev de assinar acordos de paz com a Rússia após negociações em Istambul em março de 2022 e exigiu que a Ucrânia continuasse com atividades militares contra a Rússia.

Líder da direita britânica culpa Boris Johnson pela morte de ucranianos na guerra

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