Governo amplia acesso à saúde com seleção de 501 médicos especialistas para o interior
Profissionais atuarão em 212 cidades, com foco em regiões carentes e vulneráveis, reforçando a rede pública de saúde
247 - O governo federal selecionou 501 médicos especialistas para reforçar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Eles começam a atuar até 18 de setembro em 212 municípios espalhados pelas 27 unidades da Federação.
Os profissionais foram contratados por meio do programa Agora Tem Especialistas, criado pelo Ministério da Saúde para suprir a carência de médicos em diversas regiões do país. De acordo com a pasta, 67% dos selecionados atuarão no interior, em especialidades como ginecologia, anestesiologia, otorrinolaringologia e cirurgia geral, reduzindo a necessidade de deslocamento de pacientes para grandes centros urbanos.
Reforço inédito no SUS
Esta é a primeira chamada do programa, que pela primeira vez abre vagas específicas para especialistas na rede pública. Segundo o governo, os médicos têm, em média, 12 anos de experiência e vão atender em 258 hospitais, policlínicas e unidades de diagnóstico em todas as regiões.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), destacou a importância da medida:
“Precisamos de iniciativas ousadas como o Mais Médicos Especialistas, que vai garantir, pela primeira vez, a atuação de profissionais especialistas no SUS e reduzir o tempo de espera da população por atendimento”.
Distribuição regional
O Nordeste, tradicionalmente uma das regiões com menor oferta de especialistas, receberá 260 médicos, mais da metade do total. O Sudeste contará com 125 profissionais, seguido pelo Norte (66), Sul (26) e Centro-Oeste (24).
Além disso, 25,7% dos profissionais atuarão em áreas de alta vulnerabilidade social e sanitária, 20% na Amazônia Legal e 9% em regiões de fronteira.
Interesse da categoria e lista de espera
A seleção despertou grande interesse: 993 médicos se inscreveram. Dos aprovados, 501 assumem já em setembro, enquanto outros 400 ficam em lista de espera para futuras convocações.
Padilha ressaltou a qualidade do perfil profissional:
“A média de formação dos selecionados é de 12 anos. Isso mostra a excelência desses profissionais e a possibilidade de eles se aprimorarem ainda mais no sistema público de saúde”.
Impacto no atendimento
Cerca de 75% dos médicos serão direcionados a hospitais para a realização de cirurgias, internações e tratamentos complexos, como radioterapia e quimioterapia. Outros 18% vão atuar em ambulatórios, realizando consultas e exames especializados, enquanto os demais reforçarão unidades de apoio diagnóstico.
Um dos exemplos práticos será em Patos (PB), no sertão paraibano. Oito especialistas vão atender na cidade, o que deve aumentar em 30% a capacidade do hospital regional. Pacientes que antes precisavam viajar até 500 km até João Pessoa terão a distância reduzida em até 400 km.
Formação e valorização dos profissionais
Os médicos selecionados receberão cursos de capacitação específicos em suas áreas e atuarão sob mentoria de instituições de excelência como a Rede Ebserh e os hospitais do Proadi-SUS. A jornada será dividida entre 16 horas de prática assistencial e quatro horas semanais de atividades educacionais.
O programa prevê ainda uma bolsa-formação de até R$ 20 mil, valor calculado de acordo com o grau de vulnerabilidade da região onde cada profissional atuará. A duração da formação será de 12 meses, com possibilidade de consolidação da carreira dentro do SUS.