Bruce Willis enfrentou retorno da gagueira antes de diagnóstico de demência, revela esposa
Emma Willis contou que sinais da doença começaram em 2015, quando o ator estrelava a peça Misery na Broadway
247 - Os primeiros sinais da demência frontotemporal que afastou Bruce Willis do cinema surgiram de maneira discreta, mas significativa, segundo relato de Emma Willis, esposa do ator.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Emma revelou que a gagueira, superada por Bruce ainda na infância, voltou a se manifestar em 2015. “A gente começou a perceber coisas estranhas na forma como ele se comunicava. Ele começou a ter muita gagueira, como tinha na infância, e eu não imaginava que eram sinais da demência”, contou.
Primeiros sinais durante peça na Broadway
Na época, Willis atuava na peça Misery, em cartaz na Broadway, em Nova York. De acordo com Emma, o ator passou a depender de ponto eletrônico porque já não conseguia memorizar os textos, o que acendeu o alerta de que algo não estava bem.
A esposa explicou ainda que a família demorou a compreender os sintomas porque o ator já enfrentava problemas auditivos desde 1988, quando, durante as gravações de Duro de Matar, disparou sem proteção auricular e sofreu lesão irreversível. “Eu pensei: ‘ele não está escutando direito, deve ser isso’. Só que este já era um sinal de que o cérebro estava sendo afetado. Foi devastador”, relatou.
Evolução da doença
O diagnóstico de demência frontotemporal veio depois que esses indícios se intensificaram, trazendo alterações comportamentais e cognitivas. Trata-se de uma condição neurodegenerativa que afeta fala, movimentos e personalidade.
Ao longo de sua carreira, Bruce Willis protagonizou grandes sucessos, como O Sexto Sentido (1999), e se consolidou como um dos principais nomes do cinema de ação e suspense.
Relato em livro
No livro recém-lançado, Emma compartilha como encontrou forças para lidar com a nova realidade da família. “Eu ouvi, de diferentes neurologistas, que esta é a pior de todas as demências”, afirmou. “É uma doença tão incerta... e no começo, é muito difícil identificar os sinais, porque eles vêm aos poucos.”
A escritora também revela que, em certos momentos, questionou a própria relação com o ator. “Às vezes, eu pensava: ele está falando sério? Está fingindo? Ou eu estou ficando louca?”, escreveu. “A desconexão era sutil, mas cada vez mais frequente".
Mais do que um relato pessoal, a obra tem o propósito de apoiar famílias que passam pelo mesmo desafio. Ao transformar sua experiência em testemunho, Emma espera dar voz a quem convive com o impacto silencioso e devastador das demências.