Advogado de 45 anos é uma das vítimas da intoxicação por metanol em SP
Família relata que ele acordou sem visão e ficou desorientado; governo estadual já confirmou três mortes relacionadas a bebidas adulteradas
247 - O advogado Marcelo Lombardi, de 45 anos, morreu após ser intoxicado por metanol em São Paulo. Ele foi velado na noite de segunda-feira (29) em São Caetano do Sul e sepultado nesta terça-feira (30), em Santo André. O laudo médico apontou que a intoxicação foi a causa da falência de múltiplos órgãos e da parada cardiorrespiratória que levou à morte. A informação foi divulgada pelo g1.
Em entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo, a irmã e sócia da vítima, Fernanda Lombardi, contou que a família ainda não sabe onde Marcelo consumiu a bebida adulterada. “Logo cedo, no sábado, ele acordou e estava sem a visão. Ele só estava vendo um clarão. Foi levado para o hospital com a esposa e a minha mãe. Só que o quadro foi se agravando gradativamente”, relatou.
“Perdemos a nossa base”, diz irmã
Segundo Fernanda, Marcelo acordou já desorientado e não conseguiu dar nenhuma informação sobre onde havia estado. A advogada descreveu o choque vivido pela família: “A gente espera que não aconteça com mais nenhuma família. Perder uma pessoa assim, de uma hora pra outra, é muito surreal. A gente perdeu uma pessoa inexplicável. A nossa base. Realmente a nossa base”.
Marcelo era casado, morava na região do Sacomã, na Zona Sul da capital paulista, e convivia com a esposa e uma cachorrinha. Sua família vive no bairro há mais de 30 anos e já havia perdido o pai há menos de dois anos.
A família informou que entregará à polícia uma garrafa de vodka encontrada em casa e os extratos bancários de Marcelo, para tentar identificar onde a bebida adulterada foi adquirida. “Infelizmente a nossa vida estava perfeita e, de um minuto para o outro, tudo mudou. Mas vamos fazer isso para que nenhuma outra família passe o que nós estamos passando”, disse Fernanda.
Três mortes confirmadas por metanol
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, desde junho foram registrados seis casos de intoxicação por metanol em São Paulo, três deles fatais. Além da morte de Marcelo, também morreram um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo e outro de 54 anos na capital. Um quarto óbito segue em investigação.
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas informou que, em 25 dias, foram identificados nove casos suspeitos de intoxicação por bebidas adulteradas no estado. O órgão classificou o cenário como fora do padrão, alertando para o risco de surtos epidêmicos devido à contaminação.
O que é o metanol e quais os riscos
O metanol, conhecido no passado como “álcool da madeira”, é um composto químico usado principalmente na indústria. Ele pode estar presente em pequenas quantidades na natureza, mas em altas concentrações é extremamente tóxico para o consumo humano.
A ingestão pode provocar sintomas como náusea, dor abdominal, vômito, visão turva, confusão mental e convulsões. Em casos graves, leva à cegueira, falência de órgãos e morte. O Centro de Vigilância Sanitária orienta que bares e comércios redobrem a atenção quanto à origem das bebidas vendidas e que qualquer suspeita de intoxicação seja encaminhada imediatamente ao atendimento médico de emergência.
