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Brasil e China firmam parceria inédita para ampliar tratamentos no SUS

Acordo inclui pesquisas para o tratamento de câncer e obesidade e garante a produção nacional de insulina glargina

Brasil e China firmam parceria estratégica para ampliar tratamentos no SUS (Foto: Reprodução/Agência Gov/Ministério da Saúde)

247 – O governo brasileiro firmou, em Pequim, na terça-feira (14), um Memorando de Entendimento (MoU) com a biofarmacêutica chinesa Gan & Lee Pharmaceuticals e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para desenvolver pesquisas e ampliar a oferta de tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme relatado pela Agência Gov, o foco está em terapias para câncer, obesidade, diabetes e doenças autoimunes.

O MoU foi assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que enfatizou a importância da iniciativa.

“Há um grande empenho dos governos do Brasil e da China para que essa parceria estratégica entre a Fiocruz, a Biomm e a Gan & Lee seja produtiva, capaz de gerar conhecimento conjunto e garantir mais medicamentos ao povo brasileiro”, afirmou.

Durante a cerimônia, o CEO da Gan & Lee, Wei Chen, avaliou que o acordo inaugura um novo ciclo de colaboração internacional. “Acreditamos que este projeto será um modelo de colaboração internacional, capaz de incentivar novas alianças entre empresas chinesas e brasileiras e, principalmente, de contribuir para que mais pacientes tenham acesso a terapias seguras e modernas”, declarou.

Entre os projetos previstos está o desenvolvimento de medicamentos análogos ao hormônio GLP-1, que auxilia na regulação do apetite, da glicose no sangue e da saciedade, sendo indicado para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2.

Produção nacional de insulina glargina

O acordo amplia uma cooperação já existente entre o governo brasileiro e a Gan & Lee, firmada em setembro deste ano, para a produção nacional da insulina glargina, um medicamento de ação prolongada usado no tratamento do diabetes tipo 1 e 2.

A expectativa inicial é produzir 20 milhões de frascos para o SUS, reduzindo a dependência de importações de insulina e fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS).

A produção ocorrerá em etapas. Inicialmente, o envase e a rotulagem serão feitos no Brasil, com insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China. Posteriormente, o IFA passará a ser produzido no Centro Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE) da Fiocruz, em Eusébio (CE).

Impactos econômicos e estratégicos

A nacionalização da produção de medicamentos pode gerar economia para o SUS, caso reduza custos logísticos, além de mitigar os efeitos das flutuações cambiais. Além disso, fortalece a cadeia nacional de insumos estratégicos, com impacto positivo em fornecedores, logística e biotecnologia.

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