Psol tenta filiar Manuela D'Ávila para concorrer ao Senado pelo RS
A ex-deputada também é alvo do PSB
247 - O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) formalizou nesta segunda-feira (13) um convite à ex-deputada federal Manuela d’Ávila para que se filie à legenda e dispute uma das duas vagas ao Senado pelo Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. Manuela, que deixou o PCdoB em novembro de 2024 e segue sem partido, é também cortejada por outras siglas do campo progressista, como o PSB, e mantém diálogo constante com o PT. As informações são da GZH.
Segundo a presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, o convite simboliza um movimento estratégico de fortalecimento da esquerda diante dos desafios atuais. “Vivemos tempos de grandes desafios no Brasil e no mundo, do avanço da extrema-direita às crises climática e humanitária. Convidar Manuela para construir uma candidatura ao Senado com o PSOL é também afirmar que a política precisa voltar a ser movida por sonhos, princípios e compromisso com o bem comum”, afirmou.
A disputa com o PSB
Enquanto o PSOL intensifica a ofensiva, o PSB também tenta atrair Manuela. O convite foi feito pelo presidente nacional da legenda, o prefeito do Recife, João Campos. No entanto, a movimentação enfrenta obstáculos, já que a sigla no Rio Grande do Sul vive tensões internas e possíveis debandadas de deputados em conflito com o ex-deputado Beto Albuquerque, que pressiona por intervenção da direção nacional no Estado.
Apoio interno e articulações nacionais
A deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS) ressaltou a aproximação da ex-parlamentar com a legenda. “Tenho conversado muito com a Manuela e sinto ela cada vez mais próxima do PSOL”, disse. O movimento reflete não apenas interesses regionais, mas também uma tentativa de consolidação de um bloco nacional para enfrentar o bolsonarismo no Congresso.
Nas últimas semanas, Manuela esteve em Brasília, onde se reuniu com lideranças dos principais partidos de esquerda. Entre os encontros, destacou-se a conversa com Paula Coradi, com a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), além de reuniões com o presidente do PT, Edinho Silva, o presidente do PSB, João Campos, e o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), também cotado para a disputa ao Senado.
Mesmo sem anunciar oficialmente sua candidatura, Manuela tem aproveitado viagens ao interior do Rio Grande do Sul, com palestras e lançamentos de seu último livro, para fortalecer sua presença política e abrir canais de diálogo com lideranças regionais. A movimentação reforça sua estratégia de se recolocar no cenário nacional após uma pausa nas disputas eleitorais.
Cenário eleitoral no Rio Grande do Sul
A corrida pelo Senado em 2026 no Estado tende a ser marcada por forte polarização. Pelo campo da centro-direita, o PSD deve lançar o governador Eduardo Leite, enquanto aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro articulam candidaturas de nomes como os deputados Marcel Van Hattem (Novo) e Sanderson (PL).
Na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a estratégia passa pela construção de alianças amplas para impedir que o bolsonarismo conquiste maioria no Senado. Essa composição busca conter pautas como pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com foco no ministro Alexandre de Moraes.
Estratégia nacional da esquerda
Em diversos Estados, a esquerda planeja alianças com partidos de centro para aumentar as chances de vitória nas disputas pelo Senado. No Nordeste e em regiões onde a base de Lula possui nomes com força consolidada, a tendência é que PT, PSOL e PSB lancem candidaturas próprias, reforçando a aposta em uma frente de resistência política.


