Mulher foge após 22 anos de abusos no Paraná
Vítima de 29 anos denunciou ex-padrasto por estupros, cárcere e vigilância constante em Araucária, região metropolitana de Curitiba
247 - Uma jovem de 29 anos denunciou à Polícia Civil do Paraná que viveu mais de duas décadas sob violência sexual, agressões físicas e cárcere privado impostos pelo ex-padrasto, relata a Folha de S.Paulo. O suspeito, de 51 anos, foi preso em flagrante na última terça-feira (16) em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Segundo informações da polícia, os crimes começaram quando a vítima tinha apenas sete anos de idade. Aos 16, após engravidar, ela foi forçada a se casar com o agressor, que já havia se separado da mãe da jovem.
Anos de violência e controle
De acordo com o relato, a vítima passou 22 anos sendo submetida a abusos sexuais, agressões psicológicas e restrições severas de liberdade. O homem instalou câmeras de vigilância na casa, controlava o uso do celular e monitorava todos os deslocamentos. Além disso, obrigava a mulher a se relacionar com outros homens e registrava os atos em vídeo.
Durante esse período, ela não tinha autonomia para tomar decisões, vivia sob ameaça e enfrentava um ambiente de constante violência. As agressões incluíam não apenas coerção sexual, mas também intimidação física e psicológica.
Fuga e prisão do agressor
A oportunidade de escapar surgiu quando a mulher alegou que precisava levar os filhos a um posto de saúde. Em vez disso, procurou a delegacia da cidade para denunciar o caso. Mesmo durante o registro da ocorrência, ela recebeu ameaças por ligações e mensagens de áudio enviadas pelo agressor.
O suspeito foi preso em casa, após tentar se esconder. No local, policiais apreenderam equipamentos de vigilância e vídeos que registravam os abusos encontrados no celular dele.
Proteção à vítima e aos filhos
A mulher e os filhos foram levados a um local seguro, onde deverão receber medidas protetivas. Já o agressor foi transferido para uma penitenciária do estado, onde aguardará o andamento do processo judicial.