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PT condena ação de Cláudio Castro: “oportunismo sangrento”

A legenda também criticou o que chamou de "estratégia de guerra" do governador do RJ após megaoperação matar 64 pessoas

Operação policial no Rio de Janeiro - 28 de outubro de 2025 (Foto: REUTERS/Aline Massuca)

247 - A bancada do PT na Câmara dos Deputados divulgou nesta terça-feira (28) uma nota criticando as políticas de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Lá, uma megaoperação policial matou ao menos 64 pessoas e prendeu mais de 100, enquanto as autoridades declararam que facções criminosas em comunidades são o alvo da ofensiva.

O documento, assinado pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), denuncia o "modelo falido e irresponsável, que enluta dezenas de famílias", de segurança pública implementado pelo governo de Cláudio Castro (PL).

A legenda também criticou a "estratégia de guerra" do governador e o que chamou de "oportunismo sangrento": "É revoltante que o governador comemore uma ação que custou a vida de quatro policiais no próprio dia em que se homenageia o servidor público". 

"Repudiamos a insistência do governador em uma estratégia de guerra, já exaustivamente fracassada, que faz da polícia fluminense uma das que mais mata e mais morre no mundo", diz a nota. 

O documento também sai em defesa da PEC de Segurança Pública, do governo federal: "Esta postura ignora solenemente as alternativas modernas e eficazes propostas pelo governo federal, como a PEC da Segurança Pública, que promove a integração federativa, e o PL Antifacção, que moderniza o combate ao crime organizado por meio de inteligência e descapitalização". 

"A segurança pública deve ser uma política de Estado, baseada na inteligência, na integração e na humanidade, e não no oportunismo sangrento de quem transforma tragédias em ferramenta de campanha", finaliza a nota.

Ao menos 64 pessoas foram mortas nesta terça-feira durante uma operação policial contra o crime organizado em dois complexos de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, afirmou Castro, na ação policial mais letal da história do estado.

A operação nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha é considerada pelo governo do Rio como a maior já realizada contra o crime organizado. O alvo foi o Comando Vermelho, facção criminosa que atua na região. A polícia prendeu mais de 100 pessoas e apreendeu 75 fuzis, acrescentou Castro. 

Leia a íntegra: 

Nota da Bancada do PT na Câmara 

A política de derramamento de sangue no Rio de Janeiro

A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados manifesta profunda indignação frente à política de segurança pública do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que resultou nesta terça-feira na mais letal operação policial da história do estado.

A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, com saldo trágico de pelo menos 64 vidas ceifadas, é a expressão máxima de um modelo falido e irresponsável, que enluta dezenas de famílias. É revoltante que o governador comemore uma ação que custou a vida de quatro policiais no próprio dia em que se homenageia o servidor público.

Repudiamos a insistência do governador em uma estratégia de guerra, já exaustivamente fracassada, que faz da polícia fluminense uma das que mais mata e mais morre no mundo. Esta postura ignora solenemente as alternativas modernas e eficazes propostas pelo governo federal, como a PEC da Segurança Pública, que promove a integração federativa, e o PL Antifacção, que moderniza o combate ao crime organizado por meio de inteligência e descapitalização.

A postura de Cláudio Castro é vergonhosa e eleitoreira. Ele admite publicamente usar operações como marketing político, enquanto sob seu comando o Rio é palco das maiores chacinas de sua história. Sua retórica belicista gera apenas caos e derramamento de sangue, sem qualquer resultado concreto em segurança para a população.

É uma falsidade grotesca afirmar que o estado está sozinho. O governo federal, atendendo a pedidos locais, mantém atuação permanente da Força Nacional, da Polícia Federal e da PRF, com resultados expressivos na apreensão de armas e drogas, além de criar estruturas como o CIFRA para atacar o financiamento do crime.

O povo do Rio de Janeiro não pode mais ser refém de uma guerra utilizada como palanque eleitoral. A segurança pública deve ser uma política de Estado, baseada na inteligência, na integração e na humanidade, e não no oportunismo sangrento de quem transforma tragédias em ferramenta de campanha.

Brasília, 28 de outubro de 2025

Lindbergh Farias, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

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