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PSD articula filiação de vice de Zema enquanto Pacheco mira vaga no STF

Movimento reforça disputa em Minas e pode redefinir palanque para Lula em Minas 2026

Rodrigo Pacheco (Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

247 - O cenário político mineiro vive uma reviravolta. O PSD avançou nas tratativas para filiar o atual vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), abrindo caminho para que ele dispute o governo estadual em 2026. A movimentação ocorre em meio à possibilidade de o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desistir da corrida eleitoral para se concentrar em uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), informa o jornal O Globo.

Tanto Simões quanto lideranças do PSD negam um acerto definitivo, mas aliados próximos garantem que a filiação é questão de tempo. O movimento afeta diretamente a formação de palanques no estado, especialmente para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca fortalecer sua base em Minas Gerais.

Zema abre espaço e Simões se projeta

Com a previsão de que Romeu Zema (Novo) deixe o cargo de governador até abril de 2026 para disputar a Presidência, Mateus Simões surgiria como candidato natural à sucessão. As conversas entre ele e o PSD vêm acontecendo há meses, mas ainda havia resistências de ambos os lados. Agora, o avanço indica maior alinhamento.

O vice-governador também tenta atrair o apoio do PL e de Jair Bolsonaro (PL), que avaliam outras alternativas para a disputa estadual. A possível candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com apoio do PSD, poderia unificar parte desse campo político.

Kassab abre as portas do PSD

Durante um evento recente de filiação de prefeitos ao PSD em Minas, o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, sinalizou publicamente a receptividade à entrada de Simões. “A sua pessoa, como vice-governador, como gestor de excelência, como inspirador da boa política, o senhor sempre será muito bem-vindo. Sinta-se aqui em casa”, declarou Kassab.

Embora mantenha boa relação com Rodrigo Pacheco, Kassab tem avaliado o impacto de uma aproximação do senador com Lula, algo que poderia enfraquecer a estratégia eleitoral do PSD no estado, já que boa parte da bancada mineira da legenda é ligada ao governo Zema.

Lula em busca de alternativas

Lideranças do PT em Minas demonstram preocupação com a possibilidade de Pacheco migrar para o STF. O presidente Lula, que teme a falta de um palanque competitivo em 2026, tem sido aconselhado a fortalecer alianças alternativas. Uma delas seria com Alexandre Kalil (PDT), ex-prefeito de Belo Horizonte, que se filiou ao partido em setembro.

Apesar de Kalil não demonstrar interesse em repetir a campanha de 2022, quando colou sua imagem à de Lula e acabou derrotado por Zema no primeiro turno, setores do PT acreditam que a sua candidatura poderia explorar fragilidades da atual gestão estadual e dificultar a consolidação de palanques de direita em Minas.

Disputa aberta no campo conservador

Além de Simões, o bloco formado por Republicanos e PL avalia lançar nomes como o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) ou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Ambos são aliados de Zema e adversários diretos de Kalil.

Kalil, por sua vez, garante que mantém diálogo com Pacheco e que não vê problema em dividir palanque com ele no futuro. “Tenho conversado sempre com o Rodrigo (Pacheco), seria um prazer concorrer na mesma chapa que ele. Mas no momento temos o compromisso de uma candidatura minha ao governo com a indicação do (líder do PDT na Câmara) Mario Heringer ao Senado”, afirmou o ex-prefeito.

Estratégia nacional do PSD

A movimentação em Minas Gerais também faz parte da estratégia nacional do PSD, que busca equilibrar alianças com o PT em estados como Rio de Janeiro e Bahia, enquanto em São Paulo e Minas tenta se aproximar de setores da direita. Além do apoio eventual a Tarcísio, o partido também avalia a possibilidade de lançar candidatura presidencial própria, com o governador do Paraná, Ratinho Jr., como alternativa de centro-direita.

Com o xadrez em pleno movimento, Minas Gerais se firma mais uma vez como peça-chave para as articulações nacionais de 2026.

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