Preso por engano, eletricista diz ter vivido pesadelo no cárcere: 'achei que fosse morrer na prisão'
Morador de São Paulo foi detido após ser confundido com homônimo acusado de estupro na Bahia; MP reconheceu o erro e Justiça revogou prisão
247 - "Minha mulher começou a tremer, passou mal. Me levaram algemado, sem explicar nada", contou Jabson, de 59 anos, ainda tentando entender como sua vida foi virada do avesso em questão de minutos. Morador do Grajaú, zona sul de São Paulo, ele foi preso injustamente no início de julho, acusado de um crime cometido na Bahia — estado onde, segundo ele e sua família, jamais esteve.
O caso foi revelado pelo portal UOL, que ouviu Jabson após sua soltura, ocorrida no dia 15 de julho, quando deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, debilitado física e emocionalmente. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) reconheceu o erro no dia 11, e a Justiça determinou a revogação da prisão três dias depois.
A prisão ocorreu de forma abrupta, enquanto Jabson varria a calçada de casa, na manhã de uma segunda-feira. “Quando ele respondeu o nome completo, os policiais disseram que havia um mandado por estupro de vulnerável contra ele”, relatou a família. “Eu só dizia: 'Mas que estupro? Eu nunca fui na Bahia'. Ninguém respondeu”, lembrou Jabson, descrevendo a angústia do momento.Casado, pai de duas filhas e avô de quatro netos, Jabson trabalha como eletricista informal desde que deixou o cargo de zelador, função que exerceu entre 2008 e 2015. Ele mora na mesma região desde 1991 e afirma já ter enfrentado problemas semelhantes antes. Segundo familiares, ele foi confundido anteriormente com outro homem de mesmo nome, num caso de falso testemunho registrado em Suzano.
Durante os dias que passou preso, Jabson relata ter enfrentado medo, solidão e desespero. “Achei que fosse morrer na prisão”, desabafou. Ele conta que, na delegacia, ficou horas sem saber por que estava ali. “Eles diziam: 'Espera a audiência'. Quando deixaram, pedi para a Caterine [filha] descobrir o que estava acontecendo”, relatou.
A filha, então, começou a reunir provas que comprovavam que o pai sequer estava na Bahia na data do crime. A defesa apresentou documentos e testemunhos que foram cruciais para a reversão da prisão. O reconhecimento do erro por parte do MP-BA foi fundamental para a rápida soltura.Desde que retornou para casa, Jabson tenta se recuperar do trauma. A família afirma que ele ainda se mostra abalado e tem dificuldades para dormir. O caso reacende o debate sobre falhas no sistema de identificação e o impacto devastador de prisões injustas na vida de pessoas inocentes.
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