"Precisavam virar a pauta e viraram", diz Jandira Feghali sobre extrema-direita
Deputada diz que aumento de seguidores de Cláudio Castro mostra o desvio do debate, e que PEC da Segurança e Lei Antifacção são início de respostas
247 - A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que opositores políticos conseguiram desviar a atenção da população em torno da discussão sobre segurança pública no Rio de Janeiro. Para ela, a tentativa de "virar a pauta" evidencia uma estratégia de manipulação midiática e digital.
"Precisavam virar a pauta e viraram. O Cláudio Castro aumentou em um milhão de seguidores ontem. Nesses três dias, eles conseguiram virar a pauta, mas se a gente conseguir, navegando neste debate, ter propostas concretas. Tanto a PEC da Segurança como a Lei Antifacção não são suficientes, mas é início de resposta", disse Jandira.
A deputada criticou a política de segurança do governador do Rio de Janeiro, acusando-o de interesses políticos que impedem ações federais mais efetivas contra o crime organizado:
"O Cláudio Castro nunca apoiou a PEC da Segurança com o argumento de ferir a autonomia do Estado. Na verdade, o que eles querem impedir que a Polícia Federal acuda às relações econômicas e às alianças políticas que ele tem com o crime", salientou.
Para Jandira, a expansão do crime organizado não acontece na ausência do Estado, mas com sua legitimação.
"Nenhum crime se expande sem que o Estado legitime essa possibilidade, não nesse tamanho, não nessa profundidade. Na verdade, é estado legitimador e cúmplice desse processo."
A deputada defendeu que a discussão sobre segurança pública seja acompanhada de propostas estruturantes e ações concretas, dentro da legalidade e com proporcionalidade.
"É necessário que a gente enfrente o crime organizado dentro da legalidade, com o uso proporcional da força. Chacina não pode ser a política de segurança do Rio de Janeiro. Muitas eu acompanhei, são chacinas reiteradas e nada muda. Aliás, muda: piora. Não há nenhuma segurança pública a partir dessa ação e dessas operações. A situação só piora, aumenta a tensão, aumenta a retaliação, aumenta o ódio, crime, polícia, polícia crime quando não tem cumplicidade por parte dela", frisou.
"É preciso que a gente de fato enfrente isso com propostas concretas, com ação concreta, ao mesmo tempo que precisamos construir as chamadas oportunidades e possibilidades de fato para o desenvolvimento das pessoas se encaixarem numa outra perspectiva de vida", destacou.


