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PCC coagiu empresários a vender propriedades de canaviais e postos de combustíveis no interior de SP

Investigações do Ministério Público revelam que grupo criminoso forçava vendas de usinas e fazendas com ameaças e subfaturamento

Plantação de cana de açúcar (Foto: Agência Brasil )

247 - Uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revelou um esquema criminoso em que empresários do setor sucroalcooleiro, incluindo produtores de cana-de-açúcar, donos de usinas e postos de combustíveis, eram coagidos a vender suas propriedades para integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). As denúncias, levadas ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), desvendam uma rede de extorsão que envolvia ameaças de morte, subfaturamento de vendas e até incêndios criminosos como forma de intimidação, informa o g1.

Os relatos, que chegaram aos promotores de várias regiões do interior de São Paulo, indicam que, além da pressão para as vendas, os negócios eram frequentemente realizados com pagamentos à vista em dinheiro vivo e com valores bem abaixo do mercado. Além disso, o MP apurou que, em muitos casos, os empresários eram alvo de ameaças severas caso se recusassem a vender suas propriedades ou tentassem denunciar o esquema. A investigação também apontou a prática de incêndios em canaviais e em propriedades rurais, usados como táticas de intimidação para forçar a venda.

A operação, que resultou em buscas e apreensões, contou com a colaboração de diversas entidades, incluindo o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Receita Federal. Segundo as investigações, o PCC estava expandindo seu domínio no setor de combustíveis, com envolvimento em fraudes como a adulteração de combustíveis e sonegação de impostos federais, além de lavagem de dinheiro. A união das forças de segurança culminou na deflagração de uma grande operação, que teve como alvo vários membros do PCC envolvidos nesses crimes.

Vários empresários do setor sucroalcooleiro expressaram grande preocupação com o avanço do crime organizado na região, o que os levou a colaborar com as investigações. A atuação do PCC no mercado de combustíveis, segundo fontes próximas ao caso, mostra uma crescente tentativa de domínio de territórios no interior paulista, afetando diretamente a economia local e a segurança dos empresários.

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