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Para 52%, operação policial no Rio não aumentou sensação de segurança, aponta Quaest

Pesquisa revela que a maioria dos fluminenses se sente menos segura após ação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha

Para 52%, operação policial no Rio não aumentou sensação de segurança, aponta Quaest (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

247 - Apesar da pesquisa Genial/Quaest apontar 64% de aprovação da população fluminense a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, a operação não trouxe maior sensação de segurança para a maioria dos moradores do Rio de Janeiro. 

Segundo levantamento Genial/Quaest, divulgado neste domingo (2), 52% dos entrevistados afirmaram sentir-se menos seguros após a ação, considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos.

Mesmo com ampla cobertura nacional e aprovação de parte da população, os números indicam que o sentimento de insegurança permanece alto. Apenas 35% dos entrevistados disseram sentir-se mais seguros após a ofensiva, enquanto 13% não souberam ou preferiram não responder.


Mulheres e jovens são os mais afetados pela insegurança

De acordo com a pesquisa, a sensação de medo é maior entre mulheres e jovens. Entre as entrevistadas, 60% disseram sentir-se menos seguras depois da operação, contra 44% dos homens. O receio também é mais intenso entre os jovens de até 30 anos (61%), seguido por pessoas com mais de 51 anos (53%) e pela faixa entre 31 e 50 anos (48%).

Além disso, 74% dos entrevistados afirmaram temer uma reação das facções criminosas após a operação. Para 62% dos fluminenses, a Polícia Militar do Rio não tem condições de enfrentar o crime organizado sozinha, enquanto 36% acreditam que a corporação tem essa capacidade.

A pesquisa mostra ainda que 87% dos moradores consideram que o estado vive um “cenário de guerra”, percepção reforçada pelas imagens de corpos alinhados em praças das comunidades após os confrontos. A operação mobilizou as polícias Civil e Militar em larga escala e gerou forte repercussão nas redes sociais e na imprensa.

Sobre o preparo das forças de segurança, 48% acreditam que os agentes do Estado estão mais bem preparados para o confronto armado, enquanto 44% apontam que as facções criminosas têm maior capacidade bélica. Outros 8% não souberam responder.

O levantamento também identificou reflexos políticos da megaoperação. A aprovação do governador Cláudio Castro (PL) subiu de 43% em agosto para 53% após a ação. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), o índice de aprovação saltou de 49% para 82%, enquanto, entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a desaprovação aumentou de 44% para 69%.

No cenário nacional, 77% dos entrevistados consideram que o governo federal tem atuado de forma insuficiente no combate ao crime organizado. Segundo o levantamento, 53% dizem que o governo “não tem ajudado”, 24% afirmam que “ajuda pouco” e apenas 14% acreditam que há cooperação efetiva.

A percepção de falta de apoio é ainda maior entre os eleitores de direita: 80% dos não-bolsonaristas e 65% dos bolsonaristas avaliam que o governo federal não tem contribuído com os estados na área de segurança pública.

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