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Quaest: 64% dos moradores do RJ aprovam megaoperação das polícias

Levantamento aponta que maioria da população fluminense apoia ações semelhantes, mesmo após a operação mais letal da história do estado

Corpos de mortos pela polícia em chacina no Rio de Janeiro - 29 de outubro de 2025 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247 - A operação mais letal da história do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, que terminou com 121 mortos, recebeu aprovação de 64% dos moradores do Rio de Janeiro. O levantamento foi realizado pelo instituto Quaest e divulgado pelo g1 neste sábado (1º).

Segundo a pesquisa, a ação, que mobilizou centenas de agentes e se tornou a mais letal da história do estado, foi conhecida por 98% dos entrevistados. A coleta de dados ocorreu entre os dias 30 e 31 de outubro, por meio de entrevistas domiciliares presenciais com 1,5 mil pessoas de 16 anos ou mais, residentes em diferentes regiões do Rio. A margem de erro é de três pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Apenas 27% dos entrevistados afirmaram desaprovar a megaoperação, enquanto 6% declararam neutralidade e 3% não souberam ou preferiram não opinar. Além disso, 73% dos fluminenses defendem que operações semelhantes sejam realizadas em outras comunidades. Entre os homens, esse índice chega a 85%, enquanto entre as mulheres é de 62%.

A pesquisa mostra que o apoio é mais elevado entre os homens (79%), em comparação com as mulheres (51%). Já a maior desaprovação ocorre entre elas, com 36% contrárias à ação.

Por faixa etária, a maior aprovação (68%) vem do grupo entre 31 e 50 anos. Jovens de 16 a 30 anos registraram 65% de apoio, e entre os entrevistados com mais de 51 anos, o índice caiu para 58%. Essa última faixa também concentra a maior taxa de desaprovação (29%).

Entre os entrevistados com renda entre 2 e 5 salários mínimos, 69% apoiam a operação. A aprovação cai para 58% entre os que recebem até 2 salários mínimos e fica em 63% entre quem ganha acima de 5 salários mínimos — grupo que, por outro lado, tem o maior índice de desaprovação (36%).

No recorte por escolaridade, o apoio é mais forte entre os que possuem até o ensino fundamental (67%), seguido por aqueles com ensino médio completo ou incompleto (66%). Já entre os que têm ensino superior incompleto ou mais, a aprovação cai para 59%, e a desaprovação sobe para 39%.

A Baixada Fluminense lidera em aprovação, com 73% de apoio. Na capital, o índice é de 68%, e na região de Niterói, São Gonçalo e Maricá, 56%. No Sul Fluminense, na Serrana, no Norte, Noroeste e Região dos Lagos, o apoio ficou em torno de 57%.

O levantamento também aponta um forte recorte ideológico: entre os bolsonaristas, 93% aprovam a operação, e entre os direitistas não bolsonaristas, 92%. Já entre os lulistas, apenas 35% apoiam a ação, enquanto 59% desaprovam. Entre os simpatizantes da esquerda não lulista, a rejeição sobe para 70%. O grupo dos independentes mostra divisão mais equilibrada — 61% de aprovação e 24% de desaprovação.

Além da aprovação geral, 58% dos participantes consideram a operação um sucesso, contra 32% que a classificam como fracasso. Outros 6% afirmaram que o resultado “depende” e 4% não souberam opinar.

A percepção positiva é mais expressiva entre os homens (73%), enquanto entre as mulheres apenas 43% consideram a ação bem-sucedida — praticamente o mesmo percentual (44%) das que a classificam como fracassada.

Entre os que têm entre 31 e 50 anos, 61% avaliam a operação como um sucesso. O índice é de 54% entre os jovens e de 55% entre os entrevistados com mais de 51 anos.

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