Nunes é cobrado por aumento na passagem de ônibus e culpa dólar e inflação
Um usuàrio de transporte público abordou o prefeito durante agenda nesta sexta-feira
247 - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi cobrado por um usuário do transporte público sobre o aumento das passagens de ônibus, que, a partir de 6 de janeiro de 2025, passará de R$4,40 para R$5, informa a Folha de S. Paulo. A cobrança ocorreu na manhã desta sexta-feira (27), durante agenda na Unidade Básica de Saúde (UBS) Max Perlman, localizada na Vila Nova Conceição, zona sul da cidade. De acordo com o relato da reportagem, Nunes foi abordado por um paciente que se queixou da elevação das tarifas, o que levou o prefeito a interromper sua visita e justificar o reajuste.
O aumento de 13,6%, anunciado pela Prefeitura de São Paulo, ocorre após quatro anos sem ajustes na tarifa, e o prefeito destacou que, mesmo com o reajuste, o valor está abaixo da inflação acumulada no período, que foi de cerca de 32%. Nunes explicou que, caso a tarifa fosse corrigida pela inflação acumulada desde o último reajuste, o valor da passagem chegaria a R$5,82. "Não é um aumento, é uma correção da inflação e uma preocupação muito grande, porque a gente tem observado o cenário econômico do país, que nos dá uma direção preocupante", afirmou o prefeito.
O aumento ocorre no contexto de dificuldades econômicas enfrentadas pelo Brasil, que incluem o dólar em patamares elevados e uma inflação acima da meta estabelecida pelo governo federal. Segundo Nunes, o preço do diesel, que está atrelado ao valor do dólar, também impacta diretamente no custo do transporte público. "O diesel tem uma vinculação muito forte com a questão do dólar. A inflação passou da meta e não temos expectativa de que seja controlada em 2025", completou, em entrevista a jornalistas.
O prefeito ainda se defendeu das críticas de movimentos sociais, que questionaram o aumento das passagens após sua reeleição para o segundo mandato. "O que a gente não pode é pegar dinheiro da saúde, da habitação, da educação, para colocar no transporte. Cada pasta precisa ter a sua receita, o seu orçamento, e a gente precisa fazer as coisas com responsabilidade", justificou Nunes. Ele também destacou que, apesar do reajuste, a tarifa de São Paulo continua sendo uma das mais baixas da região metropolitana.
O aumento ocorre após o governo municipal ter repassado R$6,7 bilhões às empresas de ônibus como compensação tarifária em 2024, um aumento de 14,5% em relação ao ano anterior. Esse repasse correspondeu a 58,7% do custo total do sistema de transporte, que foi de R$11,4 bilhões. O restante do custo foi coberto pelas passagens pagas pelos usuários, que, em média, representaram 41,3% do total. Os repasses às empresas de ônibus têm sido um mecanismo utilizado para subsidiar o transporte público na capital paulista.
Os reajustes nas tarifas de transporte público serão diferentes entre o município e o estado de São Paulo. Enquanto a tarifa de ônibus na capital aumentará para R$5, a passagem no metrô e nos trens metropolitanos (CPTM e ViaMobilidade) subirá de R$5 para R$5,20. Ambos os reajustes entram em vigor no dia 6 de janeiro, com a Prefeitura justificando a data para permitir ajustes nos sistemas de bilhetagem integrada.
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