Lindbergh vai ao STF contra Cláudio Castro: ‘traição nacional’
O governador do Rio atentou contra a soberania brasileira, denunciou o líder do Partido dos Trabalhadores. Vídeo
247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), anunciou nesta segunda-feira (3) que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF), com uma representação contra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
“Estamos entrando com uma representação no Supremo Tribunal Federal por atentado contra a soberania nacional, por crime de traição nacional”, afirmou o parlamentar em vídeo na rede social X.
“O que é grave? Foi feito à revelia do governo braisleiro, articulação por fora, para que o governo americano unilateralmente designasse organizações criminosas como terroristas. Quando eles dizem que é organização terrorista, eles podem fazer várias sanções”, acrescentou Lindbergh.
Em tom de críticas, o petista destacou as articulações feitas entre o Executivo fluminense e a embaixada dos Estados Unidos no Brasil. O governo do Rio teria encaminhado um documento confidencial apresentando uma lista sobre os benefícios de classificar facções criminosas como organizações terroristas.
O líder do Partido dos Trabalhadores denunciou a tentativa de “intervenção estrangeira em nosso País”. “Faço essa denúncia e vou representar no supremo tribunal federal é mais um crime cometido pelo governador”.
Declarações de Cláudio Castro
Ao comentar sobre a ação policial na última terça (28), o governador do Rio fez algumas acusações contra o governo federal.
"As nossas polícias sozinhas. É uma operação maior do que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa. A gente sozinho nessa luta, estamos fazendo a maior operação da história do Rio de Janeiro", afirmou Castro.
Eduardo Bolsonaro
Ainda na gravação, Lindbergh criticou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por coação processual. Outro denunciado foi o jornalista Paulo Figueiredo.
De acordo com a PGR, o parlamentar fez articulações junto ao governo Donald Trump (EUA), com o objetivo de interferir no inquérito da trama golpista conduzido pelo Supremo Tribunal Federal. A investigação resultou na condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão. “Eduardo Bolsonaro… conspirando, pedindo tarifas”, lamentou o deputado do PT.
O STF marcou para o final de novembro o julgamento virtual da denúncia apresentada contra Eduardo. Crime atribuído a Eduardo pela PGR, a coação processual pode resultar em pena de até quatro anos de prisão.
Defesa
Em 22 de setembro, Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo emitiram uma nota conjunta. Os dois acusaram a Procuradoria de “perseguição política”.
Confira a íntegra da nota:
"Recebemos pela imprensa a notícia de mais uma denúncia fajuta dos lacaios de Alexandre de Moraes na PGR, desta vez sob a alegação de “coação”. Sobre isso, vale esclarecer:
1. Vivemos nos Estados Unidos, sob a jurisdição, portanto, da Constituição americana, que na sua Primeira Emenda garante o direito de “to petition the Government for a redress of grievances” (peticionar ao Governo para corrigir abusos e injustiças). E é exatamente isso que estamos fazendo — e continuaremos a fazer.
2. A mera criminalização do exercício de um direito constitucional em outra jurisdição configura prática de repressão transnacional contra U.S. Persons. Essa é justamente uma das bases das sanções aplicadas a Alexandre de Moraes por violações de direitos humanos, bem como das tarifas comerciais impostas ao Brasil. Quem adere a esse tipo de conduta sujeita-se às mesmas penalidades e aprofunda ainda mais a crise entre Brasil e Estados Unidos.
3. O momento da publicação, logo após novas sanções dos EUA, evidencia a perseguição política em curso. Mas é uma perda de tempo: não nos intimidaremos. Pelo contrário, isso apenas reforça o que temos afirmado repetidamente — que a anistia ampla, geral e irrestrita é o único caminho para o Brasil. Meias-medidas apenas agravarão o problema.
Aguardaremos, muito pacientemente, a comunicação do processo pelas vias legais competentes entre Brasil e Estados Unidos para nos manifestarmos formalmente.
Eduardo Bolsonaro
Paulo Figueiredo"


