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Investigação liga licitação da prefeitura ao assassinato de ex-delegado

Polícia Civil investiga a relação entre licitação e a execução de Ruy Ferraz Fontes. PCC pode estar envolvido

Ruy Ferraz (Foto: Divulgação (Polícia Civil))

247 - A Polícia Civil de São Paulo está investigando uma possível relação entre a execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes e uma licitação milionária realizada pela Prefeitura de Praia Grande. A licitação, que visava a ampliação do sistema de câmeras de monitoramento e Wi-Fi da cidade, pode ter sido o estopim para o assassinato de Ferraz, ocorrido em 15 de setembro. Fontes ocupava o cargo de secretário de Administração do município e havia sido delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022, informa o jornal O Globo.

A investigação aponta que o valor da licitação, que atingiu R$ 24,8 milhões, pode ter gerado conflitos que levaram à execução. O processo licitatório foi aberto em 1º de setembro e concluído no dia 15, definindo três empresas vencedoras. Elas foram habilitadas para fornecer equipamentos e serviços, com o valor final da contratação ficando abaixo de R$ 20 milhões. O objetivo era a aquisição de tecnologia para expandir o monitoramento por câmeras e o Wi-Fi público na cidade, um projeto de grande porte, que certamente geraria contratos vantajosos. O g1 informou que, entre as suspeitas da polícia, existe a hipótese de que o ex-secretário tenha sido assassinado devido à disputa envolvendo essa licitação.

Além dessa linha de investigação, a Polícia Civil também analisa a atuação de Ruy Ferraz no combate ao crime organizado durante sua trajetória como delegado. Ele foi responsável por investigações em unidades como o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde enfrentou organizações criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em nota oficial, a Prefeitura de Praia Grande afirmou estar acompanhando de perto as duas frentes de investigação, colaborando integralmente com as autoridades. A prefeitura destacou que está fornecendo todas as informações e materiais solicitados pela Polícia Civil para ajudar nas apurações.

Até o momento, cinco pessoas foram presas por envolvimento no homicídio. Uma das prisões de maior destaque foi a de Felipe Avelino da Silva, conhecido como "Mascherano", um membro do PCC. Ele foi capturado em Cotia, na Grande São Paulo, após seu DNA ser identificado em um dos carros usados no crime. O veículo, um Jeep Renegade cinza, foi encontrado pela polícia com a chave na ignição e em funcionamento, apesar das tentativas de os criminosos de queimá-lo. Outras prisões envolvem Dahesly Oliveira Pires, suspeita de transportar um fuzil utilizado no crime; Luiz Henrique Santos Batista, o "Fofão", acusado de participar da logística do homicídio; Rafael Marcell Dias Simões, outro membro do PCC com atuação na Baixada Santista; e William Silva Marques, responsável pelo imóvel em Praia Grande onde os criminosos se abrigaram.

Além dos detidos, a polícia também registrou a morte de Umberto Alberto Gomes, de 39 anos, durante uma operação no Paraná. Ele é apontado como o possível atirador responsável pela execução de Ruy Ferraz Fontes.

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