Embaixada dos EUA emite alerta sobre segurança no Rio
Embaixada recomenda que cidadãos norte-americanos evitem áreas por risco de confrontos entre policiais e criminosos
247 - A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil emitiu um alerta de segurança sobre a situação no Rio de Janeiro, recomendando que cidadãos norte-americanos evitem determinadas áreas da cidade devido a confrontos entre policiais e criminosos. O aviso foi publicado em comunicado oficial intitulado “Security Alert – Rio de Janeiro”, divulgado nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025.
Segundo a Embaixada dos EUA, “confrontos entre polícia e grupos criminosos nesta terça-feira estão causando grandes interrupções no trânsito em diversas áreas da cidade”. O texto também adverte: “A situação pode mudar a qualquer momento. Se precisar sair, tenha cautela e evite as áreas afetadas sempre que possível”.
Relatório ao governo Trump sobre o Comando Vermelho
O alerta ocorre em meio à revelação de que o governo do estado do Rio de Janeiro enviou, há cerca de oito meses, um relatório ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando o Comando Vermelho como uma organização com atuação internacional e características de grupo terrorista.
De acordo com a CNN Brasil, o documento foi elaborado pela área de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública fluminense e entregue ao Consulado norte-americano no Rio. Fontes próximas ao governador Cláudio Castro afirmam que o relatório detalha como a facção expandiu suas operações para a América do Norte, além de descrever suas práticas violentas no Brasil.
O objetivo da iniciativa seria aprofundar a cooperação com autoridades norte-americanas no combate ao tráfico de drogas e pressionar Washington a impor sanções contra líderes do Comando Vermelho, em linha com a política de endurecimento adotada por Trump.
Política externa dos EUA e alinhamento com o Rio
O governo fluminense busca sensibilizar o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão do Departamento do Tesouro dos EUA responsável por aplicar sanções econômicas a entidades criminosas. Caso o pedido seja aceito, instituições financeiras que mantenham vínculos com o Comando Vermelho poderiam ser punidas.
A estratégia coincide com a política do atual governo norte-americano, que ampliou a lista de Organizações Terroristas Estrangeiras (FTOs) para incluir cartéis e facções de narcotráfico. Essa abordagem tem sido usada por Washington como justificativa para ações mais agressivas na América Latina, especialmente contra Venezuela e Colômbia.
Divergência com o governo Lula
A postura do governo do Rio, porém, diverge da visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considera o Comando Vermelho e o PCC como organizações criminosas, mas não terroristas. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reafirmou essa posição recentemente.
“Normalmente, a classificação de um grupo ou de uma pessoa como terrorista envolve certo grau de subjetividade”, afirmou o ministro.
Lewandowski destacou que a legislação brasileira define o terrorismo como atos com motivação ideológica, política ou religiosa, algo que não se aplica a facções voltadas para o lucro do crime organizado.
“Não há, portanto, qualquer intenção de confundir esses dois conceitos”, acrescentou o ministro.


