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Caso da mala: publicitário confessa ter se inspirado em crime de 1928

Ricardo Jardim, de 65 anos, foi preso preventivamente em Porto Alegre

Ricardo Jardim (Foto: Reprodução Globo)

247 - O publicitário Ricardo Jardim, de 65 anos, preso nesta sexta-feira (5) em Porto Alegre, admitiu à Polícia Civil do Rio Grande do Sul que matou e esquartejou a namorada no início de agosto. Segundo reportagem do Metrópoles, ele afirmou em depoimento que se inspirou no chamado “Crime da Mala”, caso famoso ocorrido em São Paulo em 1928, para executar a ocultação do cadáver.

De acordo com o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, o feminicídio ocorreu no dia 9 de agosto. Quatro dias depois, parte dos restos mortais da vítima foi abandonada em sacolas plásticas em uma rua deserta no bairro Santo Antônio, Zona Leste da capital gaúcha. Uma semana mais tarde, Jardim colocou o tronco da mulher dentro de uma mala e a deixou em um guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre.

Confissão e modus operandi

Na confissão, o investigado relatou que copiou o método do caso histórico de 1928, quando Giuseppe Pistone, um imigrante italiano residente em São Paulo, matou a esposa Maria Féa e ocultou o corpo em uma mala. Pistone amputou os joelhos da vítima e quebrou o pescoço para encaixá-la no objeto, que seria despachado para a França em um navio. O plano foi descoberto após a mala cair durante o embarque e exalar forte odor, revelando o crime.

Segundo a Polícia Civil, o paralelo traçado por Ricardo Jardim reforça a frieza com que o assassinato foi planejado. O delegado Mario Souza detalhou que o suspeito tentou dificultar as investigações ao espalhar partes do corpo em locais diferentes.

Prisão preventiva

A prisão preventiva foi decretada ainda na madrugada de sexta-feira. Com o suspeito já detido, a polícia busca concluir a coleta de provas e esclarecer as circunstâncias do feminicídio.

O caso, pela brutalidade e pela ligação com um dos crimes mais emblemáticos da história criminal brasileira, reacendeu debates sobre violência contra a mulher e o perfil de reincidência de assassinos condenados — Jardim já havia sido sentenciado a 28 anos de prisão em 2018 por ter matado a própria mãe, crime cometido em 2015.

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