A bronca da juíza no apontado como assassino de gari em BH: "pare com o tumulto"
Renê está preso na Penitenciária de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte
247 - A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte (MG), determinou que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, informe de forma definitiva quem será o responsável por sua defesa. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (28/8) e destacada pelo Metrópoles.
Segundo a magistrada, as constantes trocas de advogados têm provocado atrasos e dificultado o andamento da ação penal. “Informe expressamente quem é o advogado que o representará”, ordenou a juíza em despacho, acrescentando que a definição deve ser feita “em caráter de urgência”, para evitar novos entraves no processo.
Trocas de advogados e impasse jurídico
Desde a prisão, Renê já trocou de advogado três vezes. A última mudança ocorreu em 25 de agosto, quando o empresário escreveu uma carta explicando sua decisão. Ele disse que houve um “mal-entendido” na contratação e afirmou que o crime “foi um acidente”.
O novo defensor nomeado foi o criminalista Bruno Rodrigues. No entanto, o advogado anterior, Dracon Cavalcanti Lima, afirmou que não foi oficialmente retirado da causa e pode ainda ser reintegrado à defesa.
O crime
Renê está preso na Penitenciária de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele é acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes durante o trajeto para o trabalho, em 2025. Segundo a versão apresentada pelo empresário, ele teria retirado a pistola debaixo do banco do carro para se proteger de uma região que considerava perigosa.
O disparo ocorreu quando ele manipulava a arma, que pertencia à esposa, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. O empresário alegou que levou a pistola sem o conhecimento dela e que acreditava que o máximo que poderia responder seria por porte ilegal de arma.
Depoimento do réu
Em depoimento à polícia, Renê declarou que “achou que não tinha atingido ninguém” e que, se soubesse do disparo, teria parado para prestar socorro. Ele também relatou que, por ansiedade ligada ao novo emprego, esqueceu-se de tomar a medicação que usava para bipolaridade. O medicamento, segundo disse, ajudava a “equilibrar a cabeça”.
Próximos passos
Com a cobrança da juíza, o processo deve retomar andamento regular após a definição da defesa. Enquanto isso, Renê segue preso preventivamente e aguarda a próxima fase do julgamento.