Indicado como assassino de gari diz agora que tudo não passou de um mal-entendido
René da Silva Nogueira Júnior confessou homicídio, mas afirmou que tiro foi um acidente
247 - O empresário René da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar a tiros o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte, declarou em carta que o crime teria sido resultado de um "acidente" e um "mal-entendido". A informação foi divulgada pela CNN Brasil.
Na carta, escrita nesta segunda-feira (25) e direcionada ao advogado, René afirmou: "O que aconteceu foi um acidente com a vítima [...] Tenho certeza que resolveremos esse mal entendido". O documento foi apresentado dias após o empresário ter mudado novamente de defesa e manifestar insatisfação com a substituição de seus advogados no processo.
René está preso no Presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde o dia do crime. Ele foi detido em flagrante dentro de uma academia, poucas horas depois de executar Laudemir, que trabalhava como coletor de resíduos.
Prisão e contradições
Durante a audiência de custódia, René negou ter cometido o assassinato e disse que, após a briga, foi passear com seus cachorros. Mais tarde, em novo interrogatório, acabou confessando o homicídio. O empresário foi indiciado por homicídio qualificado — por motivo fútil e com uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima — além de ameaça.
Disputa pela defesa
O caso também tem sido marcado por constantes trocas de advogados. De acordo com a rádio Itatiaia, a Justiça havia nomeado o advogado Bruno Silva Rodrigues para atuar no processo, o que substituiu a defesa conduzida por Dracon Cavalcante, que havia assumido recentemente. Antes dele, o advogado Leandro Guimarães Salles deixou a causa.
Em sua carta, René disse preferir permanecer assistido pelos dois defensores. "Me sinto representado tanto pelo Dr. Dracon como pelo Dr. Bruno Rodrigo. [...] Pedi ao mesmo para não sair do meu caso", escreveu o empresário.
Enquanto a defesa busca se estabilizar, o processo segue em andamento. O Ministério Público acompanha o caso e deve se manifestar sobre os próximos passos do inquérito, que já atraiu grande repercussão social pela brutalidade do crime.