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Quem é o empresário condenado a 12 anos por estupro de vulnerável em caso ocorrido no Recife

O caso julgado diz respeito a um episódio de março de 2019, quando uma mulher relatou ter sido dopada e abusada sexualmente

Rodrigo Carvalheira (Foto: Reprodução-TV GLOBO)

247 - O empresário pernambucano Rodrigo Dib Carvalheira foi condenado, nesta segunda-feira (10), a 12 anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão, proferida pela juíza Blanche Maymone Pontes Matos, da 18ª Vara Criminal da Capital, refere-se a um dos três processos que ele enfrenta na Justiça. As informações são do g1.

O caso julgado diz respeito a um episódio de março de 2019, quando uma mulher relatou ter sido dopada e abusada sexualmente pelo empresário após voltar para casa, durante o carnaval daquele ano. Segundo seu depoimento, ela havia passado o dia bebendo em festas e estava sozinha em casa quando o acusado chegou inesperadamente.
“Eu já tinha bebido o dia inteiro, estava muito vulnerável. Ele virou um copo de bebida, então eu tomei um comprimido sem saber o que era. Não consegui ter reação nenhuma”, disse a vítima à época da revelação do caso. Ela afirmou ter acordado no dia seguinte, após um “blackout”, com sinais de abuso. Seu nome não foi divulgado, em respeito à sua privacidade.

Padrão de conduta reforçou decisão judicial

No processo, além da vítima principal, outras três mulheres prestaram depoimento relatando experiências semelhantes — dopagem seguida de perda de consciência e violência sexual. A magistrada afirmou que esses testemunhos não constituem prova direta, mas reforçam o “modus operandi do acusado”.
“Esse padrão reiterado de conduta informado por três testemunhas, fornecimento de comprimido, seguido de perda total ou parcial de consciência das mulheres e ato sexual seguinte, confere credibilidade plena ao relato da vítima e comprova o modus operandi do acusado”, escreveu a juíza na sentença.

A sentença também destaca que Carvalheira teria atuado para obstruir a Justiça e silenciar a vítima, além de demonstrar uma “personalidade desvirtuada e voltada à manipulação”. A julgadora considerou, ainda, o relato da vítima consistente e detalhado, apoiado por laudos psicológicos e outros elementos documentais anexados ao processo.

Apesar da condenação, o empresário continuará respondendo em liberdade enquanto recorre, monitorado por tornozeleira eletrônica e mantido sob medidas cautelares já em vigor.

Seis denúncias desde 2024

Carvalheira foi alvo de grande repercussão em 2024, quando as denúncias se tornaram públicas. Ele chegou a ser preso duas vezes naquele ano — a primeira em abril, a segunda em junho — e passou cerca de cinco meses detido antes de responder em liberdade. Ao todo, seis mulheres o acusam de estupro e violência sexual.

Defesa contesta sentença e promete recorrer

Em nota enviada à imprensa, a defesa de Rodrigo Carvalheira afirmou que a decisão de primeira instância é “contrária às provas dos autos” e que irá recorrer. Os advogados sustentam que “não há qualquer elemento que corrobore a narrativa apresentada” e que o processo se apoia “unicamente na declaração unilateral da suposta vítima”, além de depoimentos de pessoas que “não presenciaram os fatos”.

A defesa também afirma que a sentença publicada “não reproduz com fidelidade” elementos apresentados em audiência, como mensagens, fotos e gravações, alegando haver “narrativas desencontradas” que merecem reavaliação nas instâncias superiores.
Por fim, conclui reafirmando confiança no recurso:
“[...] a defesa reitera que recorrerá da decisão, confiando no reexame sereno das instâncias superiores, na certeza de que a verdade dos fatos será restabelecida e a Justiça prevalecerá, com o reconhecimento da inocência de Rodrigo”.

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