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Estaleiro Enseada retoma atividades e gera 3 mil empregos no Recôncavo baiano

Retomada das atividade do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, foi anunciada após a liberação de R$ 2,97 bilhões do Fundo da Marinha Mercante

Estaleiro Enseada retoma atividades e gera 3 mil empregos no Recôncavo baiano (Foto: Agência Petrobras)

247 - O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, comemorou a retomada das atividades no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, no Recôncavo baiano. A medida foi anunciada após a liberação de R$ 2,97 bilhões do Fundo da Marinha Mercante pelo Ministério dos Portos e Aeroportos. Os recursos permitirão a construção de seis navios de combate a vazamentos de óleo, com expectativa de criação de mais de três mil empregos — sendo mil diretos e dois mil indiretos.

O investimento é resultado de articulações conduzidas pela FUP e pela Frente Parlamentar Nacional, que organizaram um Manifesto em Defesa da Retomada dos Empregos da Indústria Naval, Petróleo e Gás. A proposta foi apresentada pela offshore Compagnie Maritime Monegasque (CMM), que escolheu o Estaleiro Enseada por sua posição estratégica às margens do Rio Paraguaçu e por ser o único de quinta geração no Brasil, com capacidade tecnológica para atender mercados nacional e internacional.

“Coroação de uma luta intensa”, diz Bacelar

“O anúncio é a coroação de uma luta intensa que travamos nos últimos anos. É preciso que nossos estaleiros retomem as obras, não somente a construção de navios, plataformas e sondas, mas também o descomissionamento de algumas plataformas da Petrobras”, destacou Bacelar.

Ele lembrou que, no auge, o Estaleiro Enseada e o Canteiro de São Roque chegaram a empregar 7.500 trabalhadores. “Trabalhadores e trabalhadoras terão agora de volta empregos de qualidade com boas remunerações aqui na Bahia”, afirmou.

Bahia lidera recursos para a indústria naval

Do total de R$ 4 bilhões destinados a 14 projetos em seis estados, a Bahia foi responsável por mais de 50% da verba. Além do estado, também foram contemplados Pará, Santa Catarina, Amazonas, Rio de Janeiro e Pernambuco. As embarcações que serão produzidas na Bahia vão compor a renovação da frota afretada pela Petrobras.

Próximos passos envolvem contrato e financiamento

O próximo passo será a assinatura do contrato de construção entre a CMM e o Estaleiro Enseada. Depois, a companhia deverá solicitar financiamento junto ao BNDES. “A FUP já esteve com o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, solicitando que seja viabilizada a liberação do financiamento, tendo em vista que os contratos já estão em vigência com a Petrobras. As garantias são os próprios contratos”, explicou Bacelar.

Além dos navios de combate a vazamentos, o estaleiro também construirá seis barcaças em parceria com a Tenenge. No total, serão 80 unidades no país, cada uma com capacidade para transportar 2.900 toneladas.

Histórico de protagonismo no setor naval

O Estaleiro Enseada e o Canteiro de São Roque têm trajetória marcada por grandes empreendimentos. Em 2009, foram responsáveis pela construção das plataformas P-59 e P-60, com investimentos de R$ 1,7 bilhão. Estruturas importantes para a exploração da Bacia de Campos, como a PRA-1 e a Plataforma do Campo de Manati, também tiveram origem no complexo.

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