247 - Nesta sexta-feira (3), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos ligados à categoria realizam atos em diversas regiões do país para celebrar os 72 anos da Petrobras e protestar contra medidas de privatização. As manifestações também reforçam a defesa de melhores condições de trabalho e da soberania energética nacional.
Os petroleiros organizaram ao longo da semana atos no Terminal da Transpetro de São Caetano do Sul (SP), na Refinaria de Capuava (Recap/SP) e na Refinaria de Paulínia (Replan/SP). Neste dia 3 de outubro, as mobilizações se concentram em unidades estratégicas da Petrobras Biocombustível (PBio), em Montes Claros (MG) e Candeias (BA), além da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS) e do Terminal da Transpetro de Barueri (SP).
<h2>Ameaça à PBio e riscos de privatização</h2>
A FUP alerta que as usinas da Petrobras Biocombustível estão sob risco de privatização após a aprovação de um projeto que prevê a criação de uma nova empresa com participação majoritária da iniciativa privada. Segundo a entidade, a medida gera insegurança para os trabalhadores e compromete o futuro da transição energética no Brasil.
Os sindicatos também reivindicam um Acordo Coletivo de Trabalho que preserve salários e conquistas históricas da categoria. Para os petroleiros, o fortalecimento do Sistema Petrobras é fundamental para garantir independência energética e promover desenvolvimento socioeconômico no país.
<h2>Lula recebe carta de trabalhadores</h2>
No dia 29 de agosto, durante visita à usina da PBio em Montes Claros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma carta da FUP solicitando a incorporação da subsidiária à Petrobras. No documento, os trabalhadores defendem a ampliação da produção de biodiesel, a diversificação do portfólio de biocombustíveis, a retomada de unidades desativadas, como a de Quixadá (CE), e a construção de parcerias com a agricultura familiar.
Para a categoria, a PBio deve ocupar papel central em uma transição energética justa, que combine sustentabilidade ambiental e inclusão social. “A incorporação da PBio à holding é essencial para que a Petrobras lidere esse processo e garanta desenvolvimento regional com justiça socioambiental”, destacam os petroleiros.
<h3>Atos programados para esta sexta-feira (3/10)</h3>
<ul>
 <li>PBio (Montes Claros-MG) – 7h</li>
 <li>PBio (Usina de Candeias-BA) – 6h</li>
 <li>Revap (São José dos Campos-SP, Portaria 5) – 7h</li>
 <li>Repar (Araucária-PR, PV5) – 7h</li>
 <li>Refap (Canoas-RS) – 7h</li>
 <li>Terminal da Transpetro de Barueri-SP – 7h</li>
</ul>

Guilherme Levorato

Sede da Petrobas, no Rio de Janeiro - 09/03/2020

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Brasil

Petroleiros promovem atos nacionais pelos 72 anos da Petrobras

247 - O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, comemorou a retomada das atividades no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, no Recôncavo baiano. A medida foi anunciada após a liberação de R$ 2,97 bilhões do Fundo da Marinha Mercante pelo Ministério dos Portos e Aeroportos. Os recursos permitirão a construção de seis navios de combate a vazamentos de óleo, com expectativa de criação de mais de três mil empregos — sendo mil diretos e dois mil indiretos.
O investimento é resultado de articulações conduzidas pela FUP e pela Frente Parlamentar Nacional, que organizaram um Manifesto em Defesa da Retomada dos Empregos da Indústria Naval, Petróleo e Gás. A proposta foi apresentada pela offshore Compagnie Maritime Monegasque (CMM), que escolheu o Estaleiro Enseada por sua posição estratégica às margens do Rio Paraguaçu e por ser o único de quinta geração no Brasil, com capacidade tecnológica para atender mercados nacional e internacional.
<h2>“Coroação de uma luta intensa”, diz Bacelar</h2>
 “O anúncio é a coroação de uma luta intensa que travamos nos últimos anos. É preciso que nossos estaleiros retomem as obras, não somente a construção de navios, plataformas e sondas, mas também o descomissionamento de algumas plataformas da Petrobras”, destacou Bacelar. 
Ele lembrou que, no auge, o Estaleiro Enseada e o Canteiro de São Roque chegaram a empregar 7.500 trabalhadores. “Trabalhadores e trabalhadoras terão agora de volta empregos de qualidade com boas remunerações aqui na Bahia”, afirmou.
<h2>Bahia lidera recursos para a indústria naval</h2>
Do total de R$ 4 bilhões destinados a 14 projetos em seis estados, a Bahia foi responsável por mais de 50% da verba. Além do estado, também foram contemplados Pará, Santa Catarina, Amazonas, Rio de Janeiro e Pernambuco. As embarcações que serão produzidas na Bahia vão compor a renovação da frota afretada pela Petrobras.
<h2>Próximos passos envolvem contrato e financiamento</h2>
O próximo passo será a assinatura do contrato de construção entre a CMM e o Estaleiro Enseada. Depois, a companhia deverá solicitar financiamento junto ao BNDES. “A FUP já esteve com o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, solicitando que seja viabilizada a liberação do financiamento, tendo em vista que os contratos já estão em vigência com a Petrobras. As garantias são os próprios contratos”, explicou Bacelar.
Além dos navios de combate a vazamentos, o estaleiro também construirá seis barcaças em parceria com a Tenenge. No total, serão 80 unidades no país, cada uma com capacidade para transportar 2.900 toneladas.
<h2>Histórico de protagonismo no setor naval</h2>
O Estaleiro Enseada e o Canteiro de São Roque têm trajetória marcada por grandes empreendimentos. Em 2009, foram responsáveis pela construção das plataformas P-59 e P-60, com investimentos de R$ 1,7 bilhão. Estruturas importantes para a exploração da Bacia de Campos, como a PRA-1 e a Plataforma do Campo de Manati, também tiveram origem no complexo.

Redação Brasil 247

Nordeste

Estaleiro Enseada retoma atividades e gera 3 mil empregos no Recôncavo baiano

247 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou, nesta quinta-feira (28), uma nota em que critica o enriquecimento de poucos enquanto a maior parte da população sofre as consequências, devido ao esquema criminoso de adulteração de combustíveis, comandado pelo PCC.
Mais cedo, uma megaoperação envolvendo vários órgãos públicos com agentes atuando em dez estados mirou um esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, com participação de fundos de investimento e fintechs acusados de receberem recursos que têm ligação com a facção.
"O esquema, comandado pelo PCC, prejudicou não apenas os consumidores, mas toda a cadeia econômica ligada aos combustíveis - da indústria de transportes e logística ao agronegócio, passando pelo comércio, serviços e pela arrecadação tributária de estados e municípios -, cuja perda de recursos afeta diretamente a saúde, a educação e outros serviços públicos essenciais", diz a nota.&nbsp;
"Enquanto a Petrobrás reduzia os preços, a população não percebia o alívio no bolso, porque poucos enriqueceram às custas do trabalho de milhões", acrescenta a FUP.&nbsp;
"Não deixa de ser irônico que setores que frequentemente criticam os programas sociais do governo fechem os olhos para um esquema criminoso dessa magnitude instalado em seu próprio ambiente", continua a nota. "É inaceitável que tamanha rede de corrupção recaia sobre a sociedade brasileira, especialmente sobre o povo trabalhador", afirma a FUP.&nbsp;

Leonardo Sobreira

Carros de polícia na Avenida Faria Lima, em São Paulo, durante operação contra lavagem de dinheiro - 28/08/2025    

FUP classifica como "inaceitável" esquema do PCC no setor de combustíveis

247 - O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, disse nesta segunda-feira (18) que o Brasil precisa correr contra o tempo para garantir, com a Margem Equatorial, a autossuficiência na produção de petróleo e não precisar depender de importação. De acordo com o dirigente, o pré-sal responde por quase 80% da produção atual de petróleo no país. Mas a partir de 2032 começará o declínio nessa produção.&nbsp;
“O Ibama não está levando em consideração o tempo correto e a urgência que o país tem de iniciar a prospecção na região. O Brasil será autossuficiente na produção de petróleo somente até 2032”, destacou Bacelar, que é também membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), do governo Lula. “Se nada for feito, a partir de 2036 o Brasil terá necessidade de importar petróleo. Em 2032 a queda será muito brusca”.
Para Bacelar, mesmo com o avanço dos investimentos na produção de energias renováveis, o Brasil não terá como atender a demanda nacional. “Um dos interesses dos Estados Unidos é nos manter dependentes desse mercado gigantesco de combustíveis e de bigtechs. Isso não está sendo levado em consideração pelo Ibama e pelo Ministério de Meio Ambiente”, afirmou o sindicalista.
A Margem Equatorial, que no Brasil compreende uma área que vai desde o Amapá até o Rio Grande do Norte, já vem sendo explorada por países como a Guiana Francesa e o Suriname. A expectativa, segundo os estudos da Petrobras, é de que a reserva tenha cerca de 30 bilhões de barris.&nbsp;
“O petróleo pode gerar uma riqueza significativa no Norte e o Nordeste, que têm hoje o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Essas duas regiões não podem ficar de fora dessa possibilidade de desenvolvimento a partir dos royalties do petróleo”, explicou Bacelar.
O coordenador da FUP disse que a exploração “não poderá ser feita a qualquer custo e de qualquer jeito. Queremos que essa riqueza traga a proteção da floresta amazônica, e o desenvolvimento sustentável precisa contemplar as comunidades ribeirinhas, quilombolas e os povos originários”.
Bacelar mais uma vez pediu que haja bom senso por parte do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente. “Se trata de licenciamento de um poço pioneiro para somente após seis anos construir plataformas e toda a estrutura logística. Comparar essa região, que tem toda essa potencialidade, com uma nova Serra Pelada não se encaixa na realidade. Não estamos falando de algo que será feito em terra, dentro da floresta. E mesmo que fosse em terra, já temos exploração petrolífera da Petrobras em Urucu, no coração da selva amazônica, sem nenhuma evidência ou relato de acidente ambiental”, continuou.&nbsp;
“Todo recurso oriundo da Margem Equatorial deverá ser utilizado no financiamento da transição energética. Nossa matriz energética já é 50 por cento renovável e a de energia elétrica, 90 por cento renovável. Não podemos aceitar que ONGs financiadas por petrolíferas internacionais determinem, a partir de regras do Norte Global, aquilo que poderá ser feito no Brasil. Se nós não resolvermos isso agora, durante um governo popular e desenvolvimentista, quando chegarmos lá na frente e houver a capotagem de novo para a terra plana, essa área vai ser entregue a petrolíferas internacionais que não terão o mesmo cuidado com o meio ambiente que a Petrobras tem”.
Bacelar disse que vai procurar mais uma vez, nesta semana, o presidente do Ibama, após o grande simulado que a Petrobras fará na região, quando será verificada a capacidade de resposta que a empresa teria em caso de um acidente ambiental.

Leonardo Lucena

Economia

Deyvid Bacelar: “Brasil precisa correr contra o tempo para garantir exploração de petróleo na Margem Equatorial”

247 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) avaliou como positiva a redução no ritmo da distribuição de dividendos pela Petrobras, mesmo diante de resultados financeiros robustos. Segundo nota divulgada nesta quinta-feira (8), a companhia lucrou R$ 26,6 bilhões entre abril e junho de 2025, totalizando R$ 61,8 bilhões no primeiro semestre – um salto de 163% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar da queda nos preços internacionais do petróleo.
Os dividendos pagos aos acionistas somaram R$ 20,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano, o equivalente a 32,8% do lucro líquido no período. Ainda que o montante continue elevado, a federação considera um avanço o fato de a Petrobras não ter distribuído dividendos extraordinários no segundo trimestre.
<blockquote>“Houve uma redução no ritmo de expropriação da riqueza da maior empresa do país. Estamos alertas para que esta seja uma tendência na política da companhia”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.</blockquote>
Outro ponto destacado foi o aumento de 32,6% nos investimentos da estatal no segundo trimestre, com foco em exploração e produção de petróleo e gás. A ampliação dos aportes reforça o compromisso da Petrobras com a reposição de reservas e com o fortalecimento da cadeia produtiva nacional, algo frequentemente defendido pelos trabalhadores do setor e por especialistas em soberania energética.
A mudança de postura na política de dividendos reflete, segundo a FUP, um sinal de que a atual gestão da estatal está menos comprometida com interesses do mercado financeiro e mais alinhada à função estratégica da empresa para o desenvolvimento do Brasil.

Fachada de prédio da Petrobras no Rio de Janeiro 04/2025

FUP cita dividendos "elevados" da Petrobras, mas celebra "redução no ritmo de expropriação"

247 – A decisão da Petrobras de retomar sua atuação no setor de distribuição de combustíveis, iniciando pelo gás de cozinha (GLP), foi classificada como estratégica pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). O anúncio foi feito após reunião do Conselho de Administração da estatal na quinta-feira (7). Segundo a presidente da companhia, Magda Chambriard, a medida visa “deixar portas abertas” para futuras oportunidades, com foco em capturar margens de venda em um mercado que tende a crescer nos próximos anos.
As declarações de Magda Chambriard foram feitas durante uma teleconferência com analistas, conforme reportado pela Folha de S. Paulo. “Estamos buscando capturar as margens dos nossos produtos. Temos produtos que terão produção crescente e, se for um bom negócio para a companhia, lucrativo e com atratividade, por que não explorar mais essa sinergia?”, afirmou.
FUP: vitória dos trabalhadores e luta histórica
A FUP celebrou a decisão como uma conquista dos trabalhadores do setor petrolífero e lembrou que a proposta foi pautada ainda na campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a entidade, a retomada da distribuição era uma das bandeiras defendidas tanto durante a transição de governo como no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão.
“O retorno ao segmento de distribuição é fundamental para que a Petrobras volte a ter papel regulador no setor”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Ele ressaltou: “Agora, falta deliberar sobre a volta definitiva à distribuição e comercialização de gasolina, diesel, álcool e lubrificantes que era feita pela BR Distribuidora, e enfrentar na Justiça o contrato draconiano que foi assinado na privatização dessa que era a 5ª maior empresa do Brasil no setor de distribuição”.
Perdas de regulação e distorções nos preços
Desde a venda da BR Distribuidora (hoje Vibra) e da Liquigás, durante o governo de Jair Bolsonaro, analistas e especialistas vêm alertando para a perda de capacidade da Petrobras de regular os preços ao consumidor. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam que, mesmo com sucessivas reduções nos preços dos combustíveis nas refinarias entre janeiro de 2023 e abril de 2025, os valores não foram plenamente repassados aos consumidores.
Nesse período:
<ul>
 <li>O diesel teve queda de 23,9% nas refinarias, mas caiu apenas 2,3% ao consumidor final. 
</li>
 <li>A gasolina recuou 2,2% nas refinarias, mas subiu 25,5% nas bombas. 
</li>
 <li>O gás de cozinha caiu 17% nas refinarias, mas apenas 0,7% nos pontos de venda. 
</li>
</ul>
Considerando dados até 5 de agosto de 2025, o cenário permanece semelhante:
<ul>
 <li>Gasolina caiu 6,5% nas refinarias, mas subiu 21,1% ao consumidor. 
</li>
 <li>Diesel teve queda de 26,6% nas refinarias, com apenas 7,4% de recuo ao consumidor. 
</li>
 <li>GLP caiu 6,9% na origem, mas apenas 0,6% na ponta final.</li>
</ul>
Nova frente com foco no GLP
Com a limitação imposta pela cláusula de não concorrência com a Vibra, válida até 2029 para combustíveis líquidos, a Petrobras concentrará sua atuação no GLP. “Não há nenhuma discussão dentro da empresa sobre não cumprir essa cláusula”, afirmou o diretor financeiro da estatal, Fernando Melgarejo.
Magda Chambriard destacou que a expansão da produção de GLP será possível com a entrada em operação, ainda este ano, da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Complexo Gaslub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), que processará o gás do pré-sal transportado pelo gasoduto Rota 3.
O diretor de Comercialização, Logística e Mercados da Petrobras, Cláudio Schlosser, informou que a estatal já começou a buscar grandes clientes industriais para o GLP. “A Petrobras já vem trabalhando para ser a melhor opção para o cliente, oferecendo preços competitivos e garantindo a disponibilidade do produto conforme a demanda”, declarou.
Apesar das preocupações de parte do mercado financeiro sobre eventuais investimentos em negócios menos rentáveis, a reentrada da Petrobras no setor de distribuição, ainda que de forma gradual, é vista como um passo importante para retomar a soberania energética e corrigir distorções de mercado provocadas pela privatização de ativos estratégicos.
A FUP segue pressionando por uma reversão completa das privatizações no setor de distribuição e defende o reposicionamento da Petrobras como empresa integrada, com capacidade de atuar do poço ao posto — garantindo preços justos, segurança energética e desenvolvimento nacional.

FUP elogia volta da Petrobras ao setor de distribuição

247 - A descoberta de petróleo e gás pela BP Energy no bloco Bumerangue, na Bacia de Santos, revela os efeitos da flexibilização do regime de partilha aprovada em 2016 e implementada durante o governo de Jair Bolsonaro. A operação, que resultou na destinação de apenas 5,9% do óleo excedente para a União, foi alvo de críticas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que vê no episódio um exemplo da perda de soberania sobre os recursos do pré-sal.
“O resultado reforça a perda de controle nacional sobre recursos estratégicos”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Segundo ele, a entrega do bloco à BP, sem participação da Petrobras como operadora, confirma os impactos negativos da legislação que retirou essa obrigatoriedade.
<h3>Leilão com menor retorno à União</h3>
O bloco Bumerangue foi leiloado em 2022, já sob as novas regras. Com a ausência da Petrobras como operadora, a britânica BP arrematou o ativo oferecendo a menor porcentagem já registrada de óleo excedente à União.
Bacelar destacou que a promessa de maior competitividade e arrecadação com as mudanças no regime de partilha não se confirmou. Como exemplo, ele cita outro leilão vencido pela BP: o bloco Tupinambá, arrematado em 2023 com oferta de apenas 6,5% de excedente. “Consolida-se uma tendência de baixa compensação ao país e maior presença de empresas estrangeiras”, disse.
<h3>Transição energética e riscos operacionais</h3>
O dirigente da FUP também criticou o que considera um recuo da BP em relação à transição energética. “A empresa chegou a reduzir seus investimentos em petróleo e sinalizou foco em energias limpas, mas parece ter recuado diante da insatisfação dos acionistas”, afirmou.
Na avaliação de Bacelar, a BP tem intensificado a perfuração de poços e divulgado descobertas sem comprovação técnica, com possível objetivo especulativo. Ele também chamou atenção para a presença de grandes volumes de dióxido de carbono nos campos anunciados pela petroleira, o que pode encarecer ou inviabilizar a produção, como ocorreu em Libra.
<h3>Oferta de novos blocos e perda de protagonismo da Petrobras</h3>
Em outubro está previsto o 3º ciclo de Oferta Permanente sob Partilha, com 13 blocos ofertados. De acordo com a FUP, apenas um deles despertou interesse da Petrobras.
Bacelar afirmou que a redução do papel da estatal e a privatização de ativos estratégicos durante o governo Bolsonaro aumentaram a dependência do país de empresas estrangeiras. “Isso reduz a arrecadação pública e compromete o controle nacional sobre um recurso essencial ao desenvolvimento”, disse.
<h3>Histórico da BP e riscos ambientais</h3>
A FUP também questiona a segurança das operações conduzidas por empresas estrangeiras em áreas complexas como o pré-sal. A BP é responsável pelo vazamento de petróleo ocorrido no Golfo do México em 2010, considerado um dos maiores desastres ambientais da história recente.
Para Bacelar, campos com alto teor de CO₂ e operação tecnológica avançada exigem um nível de responsabilidade que a Petrobras demonstrava como operadora. “A substituição da liderança tecnológica da Petrobras por empresas com menor compromisso público representa um risco técnico e ambiental”, alertou.

Luis Mauro Filho

A plataforma P-74, que opera no pré-sal da Bacia de Santos

FUP denuncia negociata da BP no pré-sal durante governo Bolsonaro

247 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pelo adiamento da reunião que definiria o planejamento da Avaliação Pré-Operacional (APO) na Margem Equatorial. A declaração foi divulgada nesta segunda-feira (28).
O encontro, agora remarcado para 12 de agosto, deveria tratar da última etapa do processo de licenciamento ambiental referente ao bloco FZA-M-59, localizado na costa do Amapá. É nessa área que a Petrobrás pretende iniciar uma perfuração exploratória. O coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar, questionou diretamente o motivo da postergação: “A FUP não vê justificativa técnica, por parte do Ibama, para postergar para 12 de agosto reunião sobre planejamento da Avaliação Pré-Operacional (APO) na Margem Equatorial, área do bloco FZA-M-59, no litoral do Amapá, onde a Petrobrás pretende realizar perfuração exploratória. Por que da protelação do Ibama?”.
A paralisação da operação gera um prejuízo significativo aos cofres públicos. Segundo a FUP, a sonda contratada pela Petrobrás está parada há mais de vinte dias no litoral do Pará, sem autorização para realizar o simulado obrigatório em um poço pioneiro. O custo diário do equipamento é estimado em mais de R$ 4 milhões.
A APO consiste em simular um cenário de vazamento de óleo, a fim de testar os protocolos de emergência da operação. Bacelar defende que o processo já poderia estar em andamento: “Bastaria o Ibama marcar a APO”. A Petrobrás havia proposto a realização do exercício ainda em julho, mas o novo cronograma do Ibama frustrou os planos da estatal e prolonga a indefinição.
Apesar de reconhecer a relevância técnica do órgão ambiental, o dirigente da FUP não poupou críticas quanto ao impacto da decisão: “O Ibama é um órgão importante, com corpo técnico sério e competente. Mas, ao agir dessa maneira, não está contribuindo para o desenvolvimento do país. Está procrastinando a geração de renda e riqueza para o Brasil, enquanto empresas internacionais aguardam que a Petrobrás não possa desenvolver essa nova fronteira e a exploram em países vizinhos como na Guiana e Suriname, na mesma Margem Equatorial”.

FUP cobra Ibama por atraso em reunião sobre Margem Equatorial: “Está procrastinando a geração de riqueza para o Brasil”

247 - Uma decisão da Justiça obrigou a Meta, dona do WhatsApp, a restabelecer o acesso do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ao seu número pessoal, utilizado há mais de 15 anos para atividades sindicais, políticas e institucionais. A decisão judicial já está em vigor, embora ainda caiba recurso. A informação foi divulgada pela assessoria jurídica de Bacelar e confirmada por nota pública da FUP.
O bloqueio da conta, ocorrido em 5 de maio deste ano, aconteceu sem qualquer aviso prévio ou justificativa da empresa. Desde então, o dirigente sindical viu-se impedido de acessar um número que servia como principal meio de comunicação com trabalhadores da Petrobras, lideranças sociais, gestores públicos, parlamentares e ministros de Estado. “O meu número de celular vinculado ao WhatsApp tem mais de 15 anos e por meio dele tinha 10.340 contatos cadastrados, desde trabalhadores da base, amigos, familiares e diversas lideranças sindicais e políticas”, afirmou Bacelar.
&nbsp;“Isso é um absurdo e soa a perseguição política, pois não propagamos fake news, não disseminamos desinformação, nem promovemos discurso de ódio.”
De acordo com o advogado Clériston Bulhões, que representa Bacelar no processo, a conduta da Meta foi arbitrária e injustificável. “Ficou comprovado que a suspensão do serviço ocorreu de forma arbitrária, sem nenhum fundamento, visto que o réu, a Meta, não demonstrou, e sequer alegou, qualquer violação, por parte do usuário, aos termos de uso da plataforma ou à legislação vigente”, afirmou o defensor.
Ao longo dos mais de 15 dias em que o número ficou inativo, a Meta sequer respondeu aos questionamentos enviados pela defesa e por representantes da FUP. O silêncio da empresa motivou suspeitas de tentativa de silenciamento de um representante sindical atuante na defesa da soberania nacional e dos direitos trabalhistas.
“O prejuízo imenso que estamos tendo nas nossas agendas sindicais é inegável, pois as pessoas não estão conseguindo se comunicar comigo”, relatou Bacelar. Ele ainda reforçou que o uso do número era manual, sem automações, disparos em massa ou qualquer tipo de violação das políticas da plataforma. A FUP solicita que lideranças, trabalhadores e demais interlocutores atualizem seus registros para manter a comunicação com o dirigente.

Laís Gouveia

Geral

Justiça determina que Meta restabeleça WhatsApp de dirigente da FUP após bloqueio arbitrário

247 – O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, divulgou, nesta quarta-feira (16), uma nota pública em que reforça a importância da unidade interna no Partido dos Trabalhadores. Bacelar, que também atua como dirigente do PT de Santana (BA), apontou que o momento atual exige coesão da legenda para a defesa da democracia.
Ele afirma que o país vive um momento de ataques à sua soberania, liderados pela extrema direita internacional, sob a influência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e repercutidos no Brasil por Jair Bolsonaro, a quem se refere como "capacho, covarde, inelegível, inominável e brevemente condenado e preso".
Para o dirigente, é necessário superar divergências internas e construir consensos amplos entre forças populares, democráticas e setores empresariais comprometidos com a democracia e o Estado de Direito. Ele também defende o avanço de pautas sociais, como justiça tributária, fim da jornada 6x1, emprego digno e desenvolvimento econômico com sustentabilidade.
No campo internacional, reforçou o papel do PT ao lado do governo Lula na promoção da integração regional, no fortalecimento de blocos como BRICS e Mercosul, e na defesa da causa palestina.
&nbsp;“O Brasil precisa de um PT forte, generoso e capaz de conduzir os processos de transformação social que o povo anseia. Não há tempo para divisões entre nós. Os ataques ao país são reais e exigem nossa melhor resposta: organização, diálogo e ação política.”, concluiu.

Bianca Penteado

Não há tempo para divisões no PT, diz Deyvid Bacelar

247 – Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, reagiu com veemência à declaração da presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, que admitiu a possibilidade de vender o Polo Bahia Terra. A fala, feita durante evento sobre indústria naval, gerou indignação entre os trabalhadores do setor e reacendeu o debate sobre o papel da estatal no desenvolvimento regional e na soberania energética do país.
Bacelar afirmou que a FUP recebeu a informação com surpresa e desconfiança. “Até pensei inicialmente que fosse um caso de fake news”, disse, ao relatar que a notícia veiculada pela Agência Estado se espalhou rapidamente pela imprensa. Após checagens internas, a federação confirmou que a declaração havia de fato sido feita por Chambriard. “Infelizmente, foi verdade o que foi dito pela presidenta”, confirmou.
Segundo Bacelar, a proposta é “inadmissível” e contraria o programa eleito nas urnas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós lutamos tanto no governo anterior para que essa privatização não ocorresse. Não seria agora que iríamos nos calar diante dessa declaração”, enfatizou. Ele lembrou que a Petrobras nasceu na Bahia e que os campos de petróleo da região têm importância histórica, econômica e social para o estado.
O líder sindical reforçou que o argumento econômico apresentado pela direção da estatal, relacionado à queda no preço do barril de petróleo, não justifica a venda. “Há outras formas de garantir uma operação com segurança e com custos de extração viáveis. A privatização não pode ser uma alternativa”, pontuou.
Bacelar também alertou para os impactos sociais da medida. “Estamos falando de 17 municípios que recebem royalties do petróleo, de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, de projetos socioambientais e culturais. É a indústria que mais emprega no estado da Bahia”, argumentou. Segundo ele, empresas privadas que assumiram campos vendidos no passado não conseguiram manter o mesmo nível de investimento, gerando menos empregos e reduzindo a arrecadação local.
Além disso, ele mencionou a incoerência da proposta diante das promessas do atual governo. “O presidente Lula cancelou todas as privatizações quando assumiu. Não faz sentido que agora a Petrobras sinalize algo nesse sentido. Temos a certeza de que ele é contrário a essa ideia”, disse. Bacelar pediu manifestação oficial do Ministério de Minas e Energia e cobrou que a gestão da estatal esteja alinhada com o projeto eleito.
A FUP e o Sindipetro Bahia anunciaram mobilizações contra a proposta, incluindo paralisações nos campos de produção. “Essa semana nós teremos paralisações em alguns desses campos, sinalizando a insatisfação não somente da FUP, mas da categoria”, declarou.
O sindicalista lembrou ainda que a estatal havia anunciado R$ 4 bilhões em investimentos na Bahia entre 2025 e 2029, com expectativa de duplicação da produção de petróleo e geração de 1.500 empregos diretos só em 2025. “Se a iniciativa privada entrar, os investimentos serão menores, os empregos de pior qualidade e a arrecadação também cairá. A população sairá perdendo”, concluiu.
Bacelar encerrou a entrevista reforçando o papel do movimento sindical na defesa do patrimônio público. “Sindicato é sindicato, partido é partido e governo é governo. Nosso papel é pressionar à esquerda quando for necessário. E é o que estamos fazendo.” Assista:&nbsp;
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“Não aceitaremos nova tentativa de privatização”, diz Deyvid Bacelar

247 - No dia 9 de junho, a Caravana do Futuro, iniciativa da organização de campanhas e comunicação Aurora Lab, que partiu do Sul do Brasil em direção ao Norte, realizou mais uma edição do Laboratório de Futuros: Co-criação para uma transição justa, no Rio de Janeiro (RJ). Desta vez, voltado para o campo de Petróleo e Gás, a iniciativa foi promovida pela Aurora Lab em parceria com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), e reuniu dirigentes do setor petroleiro de diversos estados e técnicos do Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), na sede da Federação.
O Laboratório de Futuros é um espaço de troca de ideias, escuta e construção coletiva de propostas concretas para uma transição energética justa no Brasil. Esta edição envolveu dirigentes sindicais vinculados à FUP, num diálogo realizado das 9h às 18h, a partir de dois pontos de partida: intersecções entre trabalho e clima para o setor de petróleo e gás e o futuro da Petrobras diante do contexto de crise climática.&nbsp;
“Para nós, hoje é um dia muito importante porque sabemos que o setor de óleo e gás é fundamental na pauta de transição energética. Mas também sabemos que sem a discussão com esses trabalhadores e trabalhadoras não vamos avançar nas metas climáticas do Brasil. Então, estamos muito animados com o que está acontecendo hoje e ainda muito animados para saber o que vai sair daqui”, comenta Gabi Vuolo, Diretora Executiva da Aurora Lab.
Os momentos de co-criação promovidos ao longo dos laboratórios são passos importantes no debate sobre uma transição justa que garanta direitos, empregos de qualidade e que enfrente a crise climática com justiça social. Para isso, a iniciativa mobiliza trabalhadores, em especial dos setores cruciais na transição energética, promovendo a troca de experiências, fortalecendo a criação de alternativas possíveis, trazendo essas pessoas para o centro dos debates e das decisões.
“Nós já percebemos que o capitalismo já decidiu que vai fazer uma transição energética, mas que ela não será justa e será excludente. Por isso, nós, trabalhadores e trabalhadoras e a sociedade como um todo, precisamos participar dessa discussão. Precisamos lutar para que essa transição seja efetivamente justa para as comunidades, para os trabalhadores, mas também para o povo brasileiro”, afirma Miriam Cabreira, diretora da FUP.&nbsp;
A primeira edição dos Laboratórios reuniu trabalhadores do setor metalúrgico para discutir a descarbonização dos transportes, em São Bernardo do Campo, São Paulo. E ao longo do percurso da Caravana do Futuro novos encontros serão realizados, e o material produzido nesses encontros, junto às proposições dos participantes, será encaminhado para Brasília com o intuito de influenciar o desenvolvimento de políticas públicas e os compromissos dos governos. As propostas também serão apresentadas na COP 30, em Belém (PA), para iniciativas de comunicação e articulação.&nbsp;
Caravana do Futuro - De maio a novembro, o projeto da organização de campanhas e comunicação Aurora Lab atravessará o Brasil, de Sul a Norte, com o objetivo de sensibilizar milhares de pessoas, no caminho até a COP30. O ponto de partida foi em Porto Alegre (RS), na semana que marcou a tragédia das chuvas de 2024 e que impactou mais de 2 milhões de pessoas no estado.
A segunda parada da Caravana aconteceu no dia 26 de maio, na Ocupação 9 de Julho, no centro de São Paulo (SP), com o seu lançamento e o da publicação “Diálogos sobre Trabalho e Clima”, da Aurora Lab. Em seguida, nos dias 27 e 28, foi realizada a primeira edição do Laboratório de Futuros: Co-criação para uma transição justa, com trabalhadores do setor automobilístico e lideranças sindicais, em São Bernardo do Campo (SP).
Em sua terceira parada, no Rio de Janeiro (RJ), o projeto se uniu à Casa Fluminense, no dia 7 de junho, durante a Semana do Meio Ambiente, dentro da programação do Fórum Rio 2025, com debates sobre clima e território, além de apresentações culturais. E, no dia 9, com a realização do laboratório de co-criação com trabalhadores do setor petroleiro. A comitiva percorrerá um trajeto de 21 mil km e passará por um total de 35 cidades.&nbsp;

Laboratório da Caravana do Futuro com a FUP

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