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Tiro pela culatra: bolsonaristas criticam "cilada" com Derrite no PL Antifacção

Deputados da base de Jair Bolsonaro avaliam que escolha de Derrite enfraqueceu oposição ao projeto do governo Lula

Guilherme Derrite (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

247 - A nomeação do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do Projeto de Lei Antifacções provocou desconforto entre parlamentares ligados a Jair Bolsonaro (PL). De acordo com Gustavo Uribe, da CNN Brasil, integrantes da base bolsonarista consideram que a decisão se transformou em uma “cilada”, já que limitou a capacidade de crítica da oposição.

A avaliação entre esses deputados é que, embora o texto do projeto tenha retornado quase integralmente à versão original do governo federal, a presença de Derrite na relatoria impede ataques diretos à proposta. Há um sentimento de que o secretário de Segurança Pública de São Paulo — que já recuou em pontos sensíveis — acabou dando legitimidade a uma pauta associada à esquerda.

Aliados próximos afirmam que Derrite só deveria ter aceitado o cargo de relator caso tivesse garantias do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que receberia apoio para promover mudanças no texto. Sem essa segurança, a direita, segundo essa leitura, acabou endossando um projeto do governo federal sobre um tema que promete dominar o debate eleitoral de 2026.

Pressionado pelo Palácio do Planalto, Derrite cedeu em dois pontos centrais: desistiu de restringir a atuação da Polícia Federal e de classificar facções criminosas como grupos terroristas. Ainda assim, a versão mais recente do PL mantém divergências. O governo teme que o texto possa reduzir a autonomia dos fundos federais e abrir margem para a criminalização de movimentos sociais, o que mantém a proposta sob escrutínio político.

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