CPMI: relator sugere a prisão de homem apontado como sócio do 'Careca do INSS'
Membro da CPMI que apura o escândalo no instituto, o deputado federal Alberto Gaspar (União-AL) fez o pedido contra Rubens Oliveira Costa
247 - O relator da CPMI do INSS, deputado federal Alberto Gaspar (União-AL), pediu a prisão em flagrante de Rubens Oliveira Costa, apontado como sócio de Antônio Carlos Camilo, conhecido como "Careca do INSS".
De acordo com informações publicadas nesta segunda-feira (22) pelo Portal Uol, o motivo para a decisão da CPMI foi a ocultação de documentos. Acusações apontaram que Rubens atuou como "laranja" e protegia superiores na quadrilha que roubou dinheiro de aposentados e pensionistas.
Na sessão desta segunda, Rubens afirmou ter percebido um esquema de desvio de aposentadorias e benefícios em curso. O depoente teve dificuldades em responder a questionamentos e relatou que estava em dificuldades financeiras, pagava o advogado com doações, mas não apontou a fonte das doações.
Estimativas oficiais apontaram que o valor desviado foi cerca de R$ 6,3 bilhões. O esquema começou em 2019 e teve ampla repercussão em 2025. Conforme investigadores, instituições aplicavam descontos nos valores das mensalidades associativas pagas por aposentados, que não tinham conhecimento do desconto. Em troca, eles tinham mais acesso a benefícios como assistência psicológica e jurídica.
CPMI
A CPMI do INSS é formada por 16 senadores e 16 deputados, com igual número de suplentes. Em 26 de agosto, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aprovou o plano de trabalho do relator.
A ideia da CPMI é convidar ex-ministros da Previdência, convocar ex-presidentes do INSS no período entre 2015 e 2025. A CPMI também ouvirá:
- presidentes de 41 entidades que firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS para desconto de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento dos benefícios;
- diretores de Benefícios do INSS e presidentes da Dataprev, empresa estatal responsável pelo processamento da folha; e
- representantes de órgãos que já investigam os descontos, como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (com Ag. Câmara).