Polícia Federal nega ter informações sobre suposto envio de dinheiro do PCC a Ciro Nogueira
Polícia do Senado também negou encontros do senador com integrantes do PCC
Do portal Consultor Jurídico – Diferentemente do que foi publicado pelo portal ICL Notícias no domingo (31/8), a Polícia Federal não tem informações sobre o suposto envio de dinheiro por integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ao senador e presidente nacional do partido Progressistas (PP), Ciro Nogueira, conforme apurou a revista eletrônica Consultor Jurídico.
O ICL divulgou, com base em suposta testemunha anônima, que o congressista teria recebido uma sacola de papelão com dinheiro em espécie de Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”. Eles foram apontados como líderes de um esquema pela qual a facção estaria gerindo fundos de investimento na Faria Lima, além de fraudes no setor de combustíveis. Estão foragidos desde a deflagração de investigação da PF na quinta-feira (28/8).
“Ele (Beto louco) falou que (a sacola com dinheiro) era para o Ciro Nogueira. Eles estavam indo encontrar o Ciro, em posse dessa sacola. Era uma sacola de papelão. Era uma sacola grampeada. De uma largura compatível com o tamanho de uma cédula”, teria dito a suposta testemunha em entrevista exclusiva para o ICL Notícias.
Afirmou, ainda, que o encontro com o senador teria acontecido no gabinete do político, em agosto de 2024, e que já teria contado sobre o diálogo em depoimento oficial à PF.
Em resposta a um ofício de Nogueira, a Secretaria de Polícia do Senado Federal informou nesta segunda-feira (1º/9) que o presidente do PP não recebeu nenhuma visita Mohamad Hussein Mourad ou de Roberto Augusto Leme da Silva em seu gabinete no ano de 2024.
Providências
Ante a publicação da denúncia anônima, o senador enviou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pedindo que a PF investigue o caso: “Peço a Vossa Excelência que determine, com a máxima urgência, à Polícia Federal, que solicite os registros de entrada em meu gabinete no ano citado ou em qualquer ano, e que requeira as imagens e os registros de entrada na sede ou nos escritórios dessas pessoas”. A informação é do portal Brasil 247.
Eis a íntegra do texto enviado por Ciro Nogueira ao ministro da Justiça:
Senhor Ministro,Em anexo, correspondência do site ICL, reconhecidamente um site de pistolagem da esquerda contra seus adversários, uma espécie de milícia digital, com gravíssimas e desleais calúnias imputadas contra mim por um suposto depoente que teria dito à Polícia Federal — sob vosso comando — que eu teria:Recebido dinheiro em espécie de uma figura apontada como líder do PCC;
Que ele e alguns de seus representantes teriam se reunido comigo em meu gabinete;
Que eu teria atuado em favor junto à Agência Nacional de Petróleo (ANP), para beneficiar essa organização criminosa;
Que minhas posições sobre o projeto que tramita no Senado Federal, sobre o Devedor Contumaz, poderiam ter qualquer ligação com essa sórdida trama.
Ao informar Vossa Excelência que essas pessoas jamais estiveram em meu gabinete, que por jamais ter tido proximidade de qualquer espécie, e portanto nunca poderia ter advogado em benefício delas e a inaceitável hipótese de que poderiam ter me favorecido financeiramente, de qualquer forma, é absolutamente mentirosa, peço a Vossa Excelência que determine, com a máxima urgência, à Polícia Federal, que solicite os registros de entrada em meu gabinete no ano citado ou em qualquer ano, e que requeira as imagens e os registros de entrada na sede ou nos escritórios dessas pessoas.Coloco, por meio deste, TODOS os meus sigilos à disposição (a começar pelos de meu gabinete, de meu telefone e todos os demais) para comprovar que em tempo algum mantive qualquer ligação com qualquer facção criminosa.Entendo que a liberdade de imprensa é um valor fundamental da democracia e todos que me conhecem sabem bem que o combate ao crime em geral e ao crime organizado, em particular, sempre foi e será uma das bandeiras de minha atividade enquanto parlamentar.Solicito urgência e quero crer que o importante combate e repressão às organizações criminosas não serão usados como instrumento de perseguição política, por meio da proliferação de informações falsas e absolutamente mentirosas e que jamais aconteceram ou aconteceriam.Vossa Excelência, como ex-magistrado, tenho certeza, saberá conter os impulsos primitivos da extrema esquerda que possam querer fazer de algo fundamental — o desmantelamento do crime organizado no Brasil — um instrumento de ataque e tentativa de obter ganhos políticos abomináveis por meio da sordidez do uso de fragmentos, com o único propósito de intimidar ou macular os que se colocam em oposição a esse governo, como é o meu caso, algo absolutamente legítimo na democracia. Não irão de modo algum me atingir com esse tipo de torpeza. Tenho minha consciência tranquila e a verdade ao meu lado. Quero mais, e não menos, investigação.Atenciosamente,CIRO NOGUEIRA Senador da República (PP-PI)
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