Lindbergh Farias sai em defesa de Hugo Motta diante de "críticas infundadas"
"Atacar o presidente da Câmara por não adotar posturas de confronto revela incompreensão sobre o papel republicano que cabe ao Parlamento”, afirma
247 - Em publicação feita nas redes sociais nesta segunda-feira (16), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, saiu em defesa do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), diante do que classificou como “críticas infundadas” à condução do parlamentar.
Segundo Lindbergh, é necessário reconhecer a firmeza e o compromisso institucional de Motta no comando dos trabalhos legislativos. “Sua condução do Plenário tem se pautado pela legalidade, pelo respeito à autonomia do Legislativo e pelo compromisso com a estabilidade democrática”, escreveu.
A declaração ocorre num momento de tensões políticas entre grupos parlamentares que cobram do presidente da Câmara posturas mais incisivas em disputas com outros Poderes. Para Lindbergh, no entanto, o papel da Presidência da Câmara exige equilíbrio e responsabilidade.
“O presidente Hugo Motta tem exercido sua função com equilíbrio, serenidade e diálogo — atributos fundamentais em um cenário de tensões políticas. Não cede a arroubos autoritários nem a pressões momentâneas. Sua liderança está ancorada na Constituição e na construção de consensos”, argumentou o petista.
Ao criticar os ataques dirigidos a Motta, Lindbergh destacou o caráter republicano que deve guiar a atuação do comando da Câmara dos Deputados. “Atacar o presidente da Câmara por não adotar posturas de confronto revela incompreensão sobre o papel republicano que cabe ao Parlamento e a quem o preside”, pontuou.
O deputado também ressaltou que a liderança do Legislativo não deve se basear em gestos teatrais ou confrontos ruidosos, mas na condução serena e plural do processo legislativo. “Exercer a liderança da Câmara não consiste em adotar gestos ruidosos ou espetaculares, mas em assegurar que o processo legislativo transcorra com equilíbrio, pluralidade e absoluto respeito às normas constitucionais que regem o Estado Democrático de Direito”, afirmou.
Saiba mais - Ministros do governo Lula (PT) afirmam estar decepcionados com Hugo Motta, após se envolverem em negociações com ele. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, os integrantes do governo avaliam que, ao contrário de Arthur Lira (PP-AL), seu antecessor, Motta não consegue liderar os deputados e não cumpre acordos.
Um dos exemplos citados foi de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), para discutir alternativas à alta do IOF. Após o encontro, Motta endossou as medidas apresentadas pelo governo, como a cobrança de Imposto de Renda (alíquota de 5%) sobre títulos hoje isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Em entrevista, o presidente da Câmara chegou a classificar a proposta como “histórica”.
No entanto, dias depois, Motta voltou atrás e passou a criticar as propostas apresentadas por Haddad, afirmando que a iniciativa geraria uma reação “muito ruim” no Congresso e entre empresários. A avaliação é de que o deputado sofreu pressões de parlamentares e empresários e voltou atrás. Segundo os ministros, isso demonstraria a “fraqueza” do líder da Câmara.
Na sexta-feira (13), Haddad elogiou Arthur Lira, destacando que o ex-presidente da Câmara cumpria sua promessa de avançar com a pauta econômica. "Na gestão do presidente Arthur Lira (PP-AL), ele disse antes da minha posse, ainda na PEC da Transição, ele falou: 'Haddad, eu não vou misturar as nossas brigas com o governo com a questão econômica. Nós vamos resolver a questão econômica num outro ambiente".
A postura de Motta também causa incômodos no Supremo Tribunal Federal (STF) após ceder à pressão de deputados e ampliar os conflitos com a Corte. O deputado teria menos apoio entre os parlamentares pela falta de manejo de emendas parlamentares. Em comparação com Motta, Lira dava maior liberdade para o destino dos recursos, o que lhe garantiria um apoio mais sólido.
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