Hugo Motta precisará resolver impasse entre MDB e União Brasil pela relatoria do Orçamento 2026
Mesmo com a aprovação do Orçamento de 2025 pendente, partidos já começam a se articular para o controle das finanças do próximo ano
247 - Em seu primeiro grande desafio como presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) precisará resolver um impasse entre MDB e União Brasil, que disputam a relatoria do Orçamento 2026, informa o g1. O cargo é um dos mais cobiçados do Congresso Nacional, já que envolve todas as despesas do governo federal no ano que vem.
A relatoria do Orçamento de 2025 ficou com um senador, e agora, por força de regulamento, o cargo de relator da peça orçamentária de 2026 será atribuído a um deputado. Com isso, a articulação para garantir a relatoria de 2026 passou também pelo apoio de Motta.
O União Brasil demorou a alinhar-se com a candidatura de Motta à presidência da Câmara devido a um conflito interno envolvendo o ex-líder da sigla, Elmar Nascimento (União-BA), que também almejava a presidência da Casa. Foi então que o MDB assumiu um acordo com Motta para assegurar o cargo de relator do Orçamento. Apesar disso, alguns parlamentares do União Brasil não descartam que a disputa ainda pode ser retomada.
Elmar, embora tenha desistido de sua candidatura à presidência, conquistou uma posição importante na Mesa Diretora da Câmara, a segunda vice-presidência. No entanto, parte do União Brasil segue pressionando para garantir a relatoria, com o nome de Damião Feliciano (União-PB) sendo defendido por alguns como candidato ideal para o posto. Feliciano abriu mão da disputa pela liderança da bancada em favor de Pedro Lucas, como parte de um acordo dentro do partido.
Nos bastidores, comenta-se que, apesar da pressão interna do União Brasil para que Feliciano seja escolhido, Antonio Rueda, presidente da sigla, poderia preferir um nome mais alinhado diretamente com ele para ocupar a relatoria. "Rueda quer fazer uma bancada na Câmara com a sua cara", comentou um aliado próximo.
Por outro lado, no MDB, as conversas são no sentido de manter o acordo com Hugo Motta para que a relatoria seja realmente do partido, como estabelecido. Para os emedebistas, o acordo está firmado e qualquer outra questão, como uma possível reforma ministerial, não deverá interferir nesse arranjo.
Se confirmado o MDB na relatoria, o União Brasil deve ficar com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das comissões mais influentes da Câmara, conforme um acordo firmado em 2023 entre os dois partidos. O revezamento entre as siglas na presidência da CCJ já está definido para 2025 e 2026.
PL cobra espaço - Entretanto, o PL também segue atento às movimentações. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), novo líder da bancada, não descartou a possibilidade de seu partido buscar novamente a presidência da CCJ, reiterando que o PL, a maior bancada da Casa, tem direito de fazer as primeiras escolhas para as comissões. A sigla deve se reunir na próxima terça-feira (4) para discutir suas prioridades, o que poderá alterar as articulações em andamento.
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