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CPMI do INSS: Lupi depõe em meio a pressão política sobre o governo

Ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi será ouvido nesta segunda (8) pela CPMI que apura fraudes no INSS

Carlos Lupi (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

247 - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebe nesta segunda-feira (8) o depoimento de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social, informa o Metrópoles.

Lupi comandou a Previdência de janeiro de 2023 até maio de 2025, quando pediu demissão após a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal (PF). A investigação revelou um esquema em que entidades arrecadaram indevidamente cerca de R$ 2 bilhões em um ano, por meio de mensalidades fraudulentas cobradas de segurados. As apurações também contaram com informações levantadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Origem da crise e repercussões no governo

Embora não citado formalmente nas investigações, Lupi foi alvo de críticas por sua postura diante dos alertas feitos pela imprensa e pela CGU. A demora em adotar medidas contra as irregularidades foi apontada como um dos fatores que desgastaram a imagem do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O próprio Lupi solicitou seu desligamento, em 2 de maio, pouco após a saída de Alessandro Stefanutto da presidência do INSS, também atingido pelas denúncias.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), justificou o pedido de convocação ao afirmar que o ex-ministro “detém informações imprescindíveis para ajudar no esclarecimento dos fatos, especialmente no que tange às medidas políticas e administrativas adotadas ou não”.

Tensão na comissão e críticas da oposição

O clima na CPMI é de confronto. Na última sessão, realizada na quinta-feira (4), o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) atacou duramente Lupi. “O ministro Lupi disse aqui numa comissão, perguntei a ele se ele sabia sobre os roubos dos aposentados. Para a sua surpresa, sabe o que ele falou? ‘Eu tinha’. Está vendo? O ministro, doutora? Prevaricou. Brasil, o Lupi prevaricou. Ele vai vir aqui e vai levar um cacete”, declarou o parlamentar, em tom exaltado.

Além do embate político, a CPMI deve aprofundar questionamentos sobre a atuação do ex-ministro à frente da Previdência. Durante sua gestão, dois presidentes do INSS — Glauco Wamburg e Alessandro Stefanutto — acabaram exonerados após suspeitas de irregularidades.

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