HOME > Poder

Ofensiva de Eduardo Bolsonaro fracassa e Trump percebe suas mentiras, diz Gleisi

Ministra destaca que, apesar da tentativa de interferência, encontro entre Lula e Trump está marcado com Brasil em posição fortalecida

30-09-2025 - Brasília (DF) - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: SRI via Flickr)

247 - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, afirmou, em entrevista ao Flow Podcast, transmitida pelo YouTube, que as tentativas do deputado federal Eduardo Bolsonaro de isolar o Brasil diante dos Estados Unidos fracassaram. Ela destacou que o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, passou a reconhecer a importância do Brasil e a notar as mentiras bolsonaristas. 

Gleisi afirmou na entrevista que a manutenção do mandato de Eduardo Bolsonaro pela Câmara é inaceitável e marca um ponto de divergência significativo entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Casa Baixa. 

"Não tem conversa com alguns congressistas, mas temos projetos importantes que até eles votam, como a taxação das bets em 24%, que o próprio PL disse que vai apoiar, mas uma parte do Centrão não vai. Alguns temas podemos ter apoio, mas o posicionamento político é muito ruim, temos muitas divergências. Agora a Comissão de Ética livrou o Eduardo Bolsonaro. Isso não é sério. Como que tem um cara lá, com sua estrutura de gabinete custando ao Brasil, fazendo ações contra o Brasil, para taxar o Brasil? Isso é muito ruim para a Câmara, e temos divergência absoluta", disse a ministra. 

Gleisi também negou, ao ser questionada, que Eduardo Bolsonaro tenha o 'cacife político' para reverter a reaproximação entre Washington e Brasília, "tanto que Trump recuou e disse que tem uma química com Lula e já marcou uma conversa para o dia 26". 

"Eles [os EUA] estavam com informações erradas, tentaram vender isso, influenciaram e Trump aproveitou para impor suas taxas, com aquele papo de que não tinha democracia e de que [o ex-presidente] Jair Bolsonaro era perseguido. Depois ele viu que não era bem assim, que aquele pessoal estava mentindo, e de fato estavam mentindo, porque o processo judicial foi correto contra o Bolsonaro, com o devido processo legal. Eles viram que não tinha condições. O Brasil teve uma resposta muito boa a toda essa situação. Não foi sorte. Lula disse que negocia qualquer coisa do ponto de vista comercial, não a soberania, a justiça e o processo político interno", acrescentou. 

De acordo com a ministra, Trump "sentiu" que o Brasil do presidente Lula negociaria de igual para igual com os EUA para reduzir o tarifaço de 50% aplicado contra produtos brasileiros. "Trump sentiu isso, que não podia romper com um país com o peso como o do Brasil", disse. 

Artigos Relacionados