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Lula prepara mudanças no governo após saída de Celso Sabino

União Brasil e Progressistas pressionam por desembarque, enquanto PT e PSOL se movimentam por espaço na Esplanada

O presidente Lula e o ministro do Turismo, Celso Sabino, se abraçam no dia da posse do titular da pasta - 03/08/2023 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 – O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), entregou sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (26/9). A informação foi publicada pelo Metrópoles, que também detalhou os desdobramentos políticos da decisão. Sabino era considerado peça-chave na preparação do Brasil para a 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém, e sua saída obriga o governo a reorganizar apoios e avaliar substitutos.

Com a saída do paraense, Lula agora concentra sua atenção em dois ministros que podem seguir o mesmo caminho: André Fufuca (Esporte) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral). Ambos estão no centro da pressão dos partidos União Brasil e Progressistas, que determinaram que seus filiados abandonem a base governista.

Sabino sai, mas outros resistem

Embora a exoneração de Sabino seja a mais impactante, por estar diretamente relacionada à COP30, outras mudanças seguem no radar do Palácio do Planalto. Dos quatro ministérios controlados por União e PP, apenas dois devem ser entregues. Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não devem ser afetados.

Fufuca enfraquecido

O ministro do Esporte, André Fufuca, é apontado como o próximo a deixar a Esplanada. Lideranças do PT já sondam nomes para ocupar a pasta, entre eles Ricardo Gomyde, ex-secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor durante o governo Dilma Rousseff. Próximo a setores do partido, Gomyde aparece como favorito em caso de saída de Fufuca.

Márcio Macêdo e a sombra de Boulos

Outro alvo de especulações é Márcio Macêdo, titular da Secretaria-Geral, responsável por coordenar a agenda presidencial e articular com movimentos sociais. Circula em Brasília a possibilidade de que seja substituído pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), o que ampliaria a presença do PSOL no governo.

Apesar das movimentações, Macêdo rechaça qualquer negociação: “Não houve nenhuma tratativa com o presidente Lula sobre minha saída”, afirmou.

Turismo indefinido

Mesmo demissionário, Sabino seguirá acompanhando Lula em viagem a Belém no dia 2 de outubro para a entrega de obras relacionadas à COP30. Enquanto isso, o governo avalia nomes para sucedê-lo.

Entre os mais cotados está Marcelo Freixo (PT), atual presidente da Embratur. Outros técnicos também foram lembrados, como Cristiane Leal Sampaio, secretária nacional de Políticas de Turismo. Sabino, por sua vez, tenta emplacar sua secretária-executiva, Ana Carla Machado Lopes, como sucessora.

A decisão final caberá a Lula, que deve anunciar os ajustes ministeriais nos próximos dias. A reforma reforça a disputa por espaço político na Esplanada e revela a fragilidade da presença de União Brasil e Progressistas em seu governo.

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