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Lula convida Donald Trump para COP30 e defende diálogo civilizado entre chefes de Estado

Presidente revela carta enviada ao líder norte-americano e anuncia crédito bilionário para exportadores afetados por tarifaço dos EUA

Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13) que espera se encontrar pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para manter uma “conversa civilizada” entre chefes de Estado. A declaração foi dada em entrevista à BandNews e repercutida pela Reuters, que informou também que Lula enviou uma carta convidando o líder norte-americano para participar da conferência climática da ONU, a COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

Na semana passada, em entrevista à própria Reuters, Lula havia destacado que não pretendia telefonar a Trump para discutir a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros, mas sim para formalizar o convite à cúpula climática. “Eu espero que algum dia eu possa encontrar com o presidente Donald Trump e conversar como dois seres humanos civilizados, como dois chefes de Estado, como deve ser a relação entre dois chefes de Estado”, declarou. Segundo Lula, “não é da parte do Brasil que você tem qualquer empecilho na relação com os Estados Unidos”.

Críticas à carta de Trump e reação do Brasil

Na entrevista, o presidente voltou a classificar como “ofensiva” a carta enviada por Trump, que criticou o sistema Judiciário brasileiro e relacionou o tarifaço ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula ponderou, no entanto, que não pretende fazer “bravata” e que cada eventual ação de reciprocidade será avaliada com cautela.

O presidente também confirmou que, nesta quarta-feira (14), assinará uma medida provisória para liberar uma linha de crédito de R$ 30 bilhões destinada a empresas exportadoras impactadas pelo aumento tarifário norte-americano.

Articulação internacional sobre o acordo Mercosul-UE

Lula adiantou que pretende telefonar ao presidente da França, Emmanuel Macron, ao chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para discutir avanços no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Defesa da regulamentação das Big Techs

Outro ponto abordado na entrevista foi a regulamentação das chamadas Big Techs, tema que, segundo Lula, também causa atritos com o governo norte-americano. Ele afirmou que a proposta final do governo para regular redes sociais e plataformas digitais deve ser concluída nesta quarta-feira e enviada ao Congresso Nacional.

Nós vamos regulamentar porque é preciso regulamentar. Porque é preciso criar o mínimo de comportamento, o mínimo de procedimento, um funcionamento de uma rede digital que fala com crianças, que fala com adultos, que fala com os velhos, e que muitas vezes ninguém assume a responsabilidade pelo conteúdo”, disse. Lula reforçou que a medida busca estabelecer responsabilidade e regras claras para o funcionamento das plataformas no Brasil.

Com a combinação de diplomacia, medidas econômicas e propostas de regulação digital, o governo sinaliza que pretende manter o diálogo aberto com os Estados Unidos, mas também proteger os interesses brasileiros diante das ações de Washington.

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