Lula afirma na Malásia que Bolsonaro é “parte do passado da política brasileira”
Em entrevista coletiva, o presidente destacou que as discussões políticas com Donald Trump tratam de temas estratégicos, e não de figuras superadas
247 – Durante entrevista coletiva em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Jair Bolsonaro “faz parte do passado da política brasileira” e que o ex-mandatário não tem mais relevância nas relações entre Brasil e Estados Unidos. A declaração foi dada neste domingo (26) e publicada pelo jornal Valor Econômico.
Lula explicou que, nas tratativas com o presidente Donald Trump, os técnicos de ambos os países ficarão encarregados de discutir questões comerciais, como o recente aumento tarifário, enquanto os chefes de Estado tratarão de temas políticos e estratégicos. “Quem vai discutir política é o presidente Trump e o Lula, e os técnicos vão negociar as taxações comerciais”, afirmou.
Relações políticas e sanções americanas
Segundo Lula, o tema “Bolsonaro” surgiu por iniciativa do próprio governo brasileiro, que pediu o cancelamento de sanções impostas a autoridades do país — entre elas, a suspensão de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “A Lei Magnitsky é política, vai ser resolvida entre Trump e eu”, disse o presidente.
Lula relatou ainda que explicou a Trump as razões jurídicas da condenação de Bolsonaro, afirmando que a ação penal foi baseada em provas robustas, que comprovariam um plano de assassinato contra ele próprio, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo o presidente, os magistrados do STF apenas cumpriram o devido processo legal, garantindo o contraditório e a ampla defesa.
“Rei morto, rei posto”
Em tom enfático, Lula reiterou que o ex-presidente perdeu completamente seu espaço político. “O Trump sabe que rei morto, rei posto. Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira”, declarou. O presidente completou que, caso o líder americano tivesse mais reuniões com ele, “perceberia que Bolsonaro não era nada”. E reforçou: “Não falo em tom pessoal, converso em tom político, de interesse do meu país”.


