“Estar aqui é reafirmar a importância das relações do Brasil com o Sudeste Asiático", diz Lula
Presidente participa pela primeira vez da Cúpula da ASEAN na Malásia, destaca crescimento do comércio com o bloco e reforça parcerias estratégicas
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo (26) da abertura da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada em Kuala Lumpur, na Malásia. Esta foi a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro marcou presença no encontro, consolidando o esforço do Brasil em ampliar suas relações econômicas e políticas com a região. A informação foi publicada no site oficial do governo federal (gov.br/planalto).
Em mensagem nas redes sociais, Lula agradeceu o convite da Malásia — que atualmente preside o bloco — e ressaltou a importância estratégica do Sudeste Asiático para o Brasil.
“Estar aqui é reafirmar a importância das relações do Brasil com o Sudeste Asiático. O comércio entre o Brasil e os países da ASEAN superou 37 bilhões de dólares em 2024. O bloco é hoje o quinto maior parceiro comercial brasileiro e foi responsável por 20% do nosso superávit no ano passado”, afirmou o presidente.
Segundo Lula, o convite para participar da Cúpula simboliza o reconhecimento internacional do protagonismo brasileiro e do fortalecimento de parcerias com a região.
“O convite para participar desta Cúpula é o reconhecimento da crescente aproximação do Brasil com a região e do nosso interesse comum em aprofundar laços de cooperação, comércio e desenvolvimento”, declarou.
A ASEAN é composta por Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia, Vietnã e, desde este domingo, Timor Leste, que oficializou sua entrada no bloco durante a cerimônia de abertura.
Cooperação com a Malásia e novos acordos
Antes do encontro em Kuala Lumpur, Lula esteve na Indonésia e depois na Malásia, onde se reuniu com o primeiro-ministro Anwar Ibrahim, em Putrajaya, sede do governo local. Durante a visita, os dois países firmaram sete instrumentos de cooperação, incluindo memorandos nas áreas de semicondutores, ciência e tecnologia, pesquisa espacial e agricultura sustentável.
Além disso, foram abertos seis novos mercados para produtos brasileiros. Lula afirmou que essa nova fase nas relações bilaterais reforça a integração produtiva e tecnológica entre os dois países.
“A visita marca um novo momento nas relações bilaterais, com foco no fortalecimento de parcerias em áreas estratégicas”, destacou.
A Malásia é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na Ásia. Em 2024, o intercâmbio bilateral somou US$ 5,8 bilhões, alta de 5,9% em relação ao ano anterior, com superávit brasileiro de US$ 2,7 bilhões. Em setembro de 2025, as trocas comerciais atingiram US$ 487,2 milhões, sendo US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. Os principais produtos enviados ao país asiático foram minério de ferro (37%) e óleos brutos de petróleo (28%), superando as exportações brasileiras para França, Itália, Portugal e Reino Unido.
Encontro com Gianni Infantino e cooperação esportiva
Durante a Cúpula, Lula recebeu o presidente da Fifa, Gianni Infantino, para uma breve conversa. O chefe de Estado convidou o dirigente para participar da cerimônia de lançamento da Universidade do Esporte, que ocorrerá ainda este ano no Brasil.
“Pretendo convidar dirigentes de outras entidades esportivas internacionais para o evento, porque queremos trocar experiências e conhecimento na área. Fiquei feliz com o entusiasmo de Infantino com a proposta da universidade e a disposição de fortalecimento de parceria com a FIFA. Obviamente que aproveitamos a oportunidade para conversar um pouco sobre o futebol no Brasil e na Itália. Numa semana de comemoração do hexacampeonato da Libertadores pelas brabas do Corinthians”, disse Lula.
Brasil busca protagonismo no eixo Ásia-Pacífico
A presença de Lula na Cúpula da ASEAN simboliza um passo decisivo na estratégia diplomática brasileira de diversificação de parcerias internacionais. O Brasil reforça sua aproximação com o Sudeste Asiático não apenas no comércio, mas também na cooperação científica, tecnológica e ambiental, alinhando-se à visão de uma política externa multilateral e solidária.
Ao fortalecer os laços com um dos blocos mais dinâmicos do mundo, o Brasil reafirma sua condição de potência pacífica e parceira estratégica do Sul Global, comprometida com o desenvolvimento sustentável e a integração entre economias emergentes.


