Oncoclínicas aprova aumento de capital de R$2 bilhões
Companhia busca fortalecer estrutura financeira com aumento de capital e emissão de bônus de subscrição
247 A Oncoclínicas do Brasil, empresa de serviços médicos voltada para oncologia, anunciou, em 8 de outubro, a aprovação de um aumento de capital de até R$2 bilhões (US$370 milhões). A operação será realizada por meio da emissão privada de até 666,7 milhões de novas ações ordinárias, com preço de R$3,00 por ação. Além disso, o aumento de capital inclui bônus de subscrição, oferecendo aos investidores o direito de adquirir uma ação adicional no futuro, conforme detalhado em comunicado da companhia.
A operação poderá ser parcialmente validada, caso ao menos R$1 bilhão seja subscrito. A proposta também prevê o aumento do capital autorizado da empresa, que passará de 1,3 bilhão para 3,5 bilhões de ações, criando espaço para futuras emissões. O preço de emissão foi fixado com um desconto de 4,5% em relação ao fechamento do mercado em 15 de setembro. As ações poderão ser pagas em dinheiro ou por meio de instrumentos de dívida, incluindo debêntures e outros créditos devidos pela Oncoclínicas ou suas subsidiárias. Em seu comunicado, a empresa justificou a medida como "necessária e conveniente para fortalecer a estrutura financeira e expandir a liquidez."
A Oncoclínicas explicou que os recursos do aumento de capital serão utilizados para reforçar o caixa e a liquidez, reduzir a alavancagem financeira e garantir maior equilíbrio financeiro e sustentabilidade no longo prazo. A operação também permite que os detentores de debêntures utilizem seus créditos para adquirir as novas ações, convertendo dívidas em capital e aliviando a pressão sobre o balanço da empresa.
O plano de reestruturação está alinhado com os esforços da Oncoclínicas de reequilibrar sua estrutura de capital após um ciclo de expansão baseado em aquisições. A estratégia visa fortalecer a liquidez e reduzir os custos financeiros, permitindo que a empresa continue investindo em tecnologia e no aprimoramento dos centros de oncologia no Brasil.
Em recente declaração, o CEO da Oncoclínicas, Bruno Ferrari, reconheceu erros cometidos na tentativa de expandir a presença da empresa em projetos hospitalares, afirmando que a companhia irá se concentrar novamente em suas forças tradicionais: clínicas de oncologia e parcerias com hospitais. "Fecharemos unidades menores e com baixo desempenho, redirecionando os recursos para os grandes centros para melhorar a eficiência operacional", afirmou Ferrari. A estratégia de "voltar ao básico" é complementada pelo aumento de capital de R$2 bilhões, que deverá reduzir a alavancagem da empresa de 4,4 vezes para cerca de 2 vezes, proporcionando flexibilidade financeira.
Além disso, o CEO garantiu que os resultados do terceiro trimestre apresentarão melhorias visíveis e afastou especulações sobre sua possível renúncia, destacando que continua contando com total apoio do conselho de administração.