Oncoclínicas sofre rebaixamento de rating pela Fitch
Agência alerta para alto endividamento e riscos financeiros da companhia
247 - A Fitch Ratings anunciou nesta segunda-feira (8), segundo reportagem publicada pelo Estadão Investidor, o rebaixamento do Rating Nacional de Longo Prazo da Oncoclínicas (ONCO3). A nota da empresa caiu de ‘AA-(bra)’ para ‘BBB(bra)’, afetando também a nona, 11ª e 12ª emissões de debêntures quirografárias.
Além do corte, a agência colocou os ratings da companhia em Observação Negativa, sinalizando preocupação com o cenário financeiro da operadora de saúde especializada em oncologia. O relatório aponta que o desempenho do primeiro semestre de 2025 apresentou queda de receita, compressão do Ebitda e margens reduzidas, combinados a um alto consumo de caixa.
Riscos e desafios apontados pela Fitch
De acordo com a Fitch, o movimento reflete pressões operacionais e financeiras que aumentam o risco de descumprimento de covenants e dificultam a redução da alavancagem, atualmente acima de 6 vezes.
“Esta ação de rating incorpora o risco potencial de quebra de covenants e manutenção de alavancagem elevada nos próximos anos, na ausência de um evento de capitalização e/ou redução da dívida líquida da companhia. Também reflete o aumento da exposição da empresa a riscos de refinanciamento”, informou a agência.
A Observação Negativa destaca ainda os “elevados desafios da Oncoclínicas para reequilibrar sua estrutura de capital e reduzir a alavancagem líquida”.
Perspectivas para o setor
A Fitch ressalta que a companhia precisa reforçar sua geração operacional de caixa e rentabilidade, além de retomar fluxos de caixa positivos nas operações (CFOs). A gestão de capital de giro e o crescimento dos negócios também foram apontados como pontos de atenção.
Apesar do cenário adverso, a agência destacou que os “sólidos fundamentos de demanda em oncologia no País e a liderança de mercado da Oncoclínicas mitigam os riscos de execução na retomada operacional”.
O rebaixamento sinaliza uma pressão significativa sobre a empresa, que terá de adotar medidas robustas de reestruturação para reconquistar a confiança do mercado.