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Vídeos revelam novas evidências de apoio israelense a milícia em Gaza

Imagens obtidas pela Sky News mostram comboios levando suprimentos a grupo armado anti-Hamas em área sob controle de Israel

Palestinos buscam em desespero suprimentos de ajuda em caminhões humanitários, que entraram na Faixa de Gaza, furando o cerco genocida imposto pos Israel - 12/10/2025 (Foto: REUTERS/Ramadan Abed)

247 - No norte da Faixa de Gaza, em uma região próxima ao posto de fronteira de Erez, novos vídeos revelam movimentações de comboios durante a madrugada transportando suprimentos em direção a bases de milícias locais. As imagens foram analisadas pela Sky News, que aponta indícios de apoio israelense a grupos armados rivais do Hamas.

De acordo com a emissora britânica, os registros datados de 9 e 11 de outubro mostram caminhonetes carregadas com alimentos, garrafas de água e grandes quantidades de combustível. Os veículos percorrem uma rota que passa a menos de 400 metros de um posto do Exército israelense antes de seguirem para o quartel-general da milícia chefiada por Ashraf Al Mansi, que se autodenomina Exército do Povo.

Apoio a grupos rivais do Hamas

Segundo a investigação, Al Mansi é um dos quatro líderes de facções anti-Hamas que operam em áreas ainda sob controle israelense em Gaza. Em vídeo divulgado recentemente, ele ameaçou o Hamas para que não avance sobre seus territórios. A Sky News já havia revelado, na semana anterior, que Israel teria fornecido armas, veículos, dinheiro e alimentos a outra milícia de destaque no sul da Faixa de Gaza, comandada por Yasser Abu Shabab.

Embora os vídeos não mostrem o carregamento inicial dos caminhões, é possível observar galões de combustível com a marca da empresa israelense SOS Energy, fortalecendo a suspeita de cooperação logística. O Exército de Israel (IDF) e o grupo de Al Mansi não comentaram as imagens até o momento.

Reação do Hamas e confrontos em Gaza

O Hamas, que busca reafirmar sua autoridade, tem promovido uma repressão severa contra as milícias apoiadas por Israel. De acordo com o site israelense Mako, o movimento conseguiu confiscar dezenas de caminhonetes, armas e quantias de dinheiro desses grupos.

Em entrevista à Sky News, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, afirmou: "A ocupação formou milícias armadas leais a ela, e essas milícias são acusadas de alta traição – a acusação mais grave na lei revolucionária palestina."

A repressão resultou em confrontos sangrentos, incluindo batalhas nas ruas e execuções sumárias em Gaza. Um dos episódios mais intensos ocorreu no bairro de Al Sabra, em Gaza City, onde o Hamas lançou uma ofensiva contra o clã Doghmosh, uma família de longa tradição de atritos com o movimento islâmico.

Impacto na população civil

Líderes tribais relatam que a presença dessas facções rivais intensificou o clima de medo entre civis. Hosni Al Mughanni, chefe do Conselho Supremo de Assuntos Tribais de Gaza, declarou à Sky News: "Esses grupos nos aterrorizavam mais do que o inimigo em alguns momentos, violando casas, roubando dinheiro, telefones, até relógios, e atirando nas pernas das pessoas."

Questionado sobre as execuções públicas realizadas pelo Hamas, Al Mughanni respondeu: "Sem tribunais, sem procuradores, sem delegacias funcionando — tudo foi destruído. Como a justiça formal pode prosseguir? Nós somos a favor da restauração da segurança, pois segurança é a base da vida."

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