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Venezuela acusa EUA de deter barco em zona econômica exclusiva

Governo de Caracas afirma que destróier norte-americano interceptou embarcação pesqueira por oito horas no Caribe

Navio de guerra dos EUA se aproxima da Venezuela sob pretexto de combater narcotráfico (Foto: Reuters)

247 - A Venezuela denunciou neste sábado (13) que um barco pesqueiro de bandeira nacional foi detido por oito horas por um navio de guerra dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores em comunicado reproduzido pelo jornal O Globo. O episódio ocorre em meio ao envio de oito navios militares norte-americanos para o Caribe.

Segundo a chancelaria, o destróier USS Jason Dunham interceptou a embarcação Carmen Rosa, tripulada por nove pescadores de atum, a 48 milhas náuticas da ilha La Blanquilla, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Venezuela. Caracas classificou a ação como uma violação à soberania nacional.

Resposta oficial de Caracas

A vice-presidente Delcy Rodríguez declarou: “O governo dos EUA deve cessar imediatamente sua vergonhosa perseguição militar à Venezuela e aos nossos pescadores. Já causou danos e prejuízos suficientes ao povo venezuelano com seu bloqueio econômico criminoso. A Venezuela jamais se renderá e defenderá seu sagrado direito à paz.”

A denúncia ocorre em meio a uma série de exercícios militares convocados pelo presidente Nicolás Maduro. Reservistas, milicianos e voluntários foram chamados para treinamentos neste sábado em 312 unidades militares.

Operações militares internas

Na sexta-feira, Maduro anunciou a operação “Independência 200”, mobilizando militares e milicianos em 284 frentes de batalha. O objetivo, segundo o governo, é reforçar a defesa do território diante do que considera ameaça de intervenção estrangeira.

Durante evento em Caracas, o presidente afirmou: “Todos os venezuelanos que se alistaram devem ir aos seus quartéis para receber treinamento e aprender nos campos de tiro para atirar em defesa da pátria.”

Movimentação dos EUA no Caribe

Washington informou que a presença de navios e aeronaves na região tem como objetivo combater cartéis do narcotráfico. Caracas, no entanto, vê a ação como ameaça direta. Em discurso recente, Maduro disse: “Esses mares, essa terra, essas riquezas pertencem ao povo da Venezuela, nunca pertencerão ao Império Americano, nunca, jamais.”

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