Turquia prende nove pessoas por envolvimento no incêndio que matou 76 pessoas em hotel

247 - Na manhã desta quarta-feira (22), o ministro do Interior da Turquia, Ali Yerlikaya, anunciou a prisão de nove pessoas acusadas de envolvimento no incêndio que devastou o Hotel Grand Kartal, em uma estação de esqui nas montanhas de Bolu, matando 76 pessoas e deixando dezenas de feridos, informa a Folha de S. Paulo. O proprietário do hotel também foi detido, enquanto as investigações continuam para elucidar as causas da tragédia, ocorrida na terça-feira (21), em plena temporada de férias.

Segundo Yerlikaya, o trabalho forense já entregou os corpos de 45 vítimas às suas famílias, e a identificação de outras vítimas está sendo realizada por meio de testes de DNA. Já o ministro da Saúde, Kemal Memisoglu, informou que dos 51 feridos, 17 receberam alta, enquanto 34 permanecem internados, com um deles em estado grave na unidade de terapia intensiva.

O incêndio começou por volta das 3h30 da manhã (21h30 de segunda-feira em Brasília) no andar do restaurante do hotel de 12 andares, que na ocasião estava com a ocupação máxima de 238 hóspedes. Testemunhas descreveram cenas dramáticas, com sobreviventes fugindo por corredores tomados pela fumaça e se jogando das janelas para tentar escapar das chamas. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram lençóis sendo usados como improvisadas cordas de resgate, enquanto reportagens locais indicaram que algumas vítimas morreram ao saltar.

Em um relato comovente, um funcionário do hotel que estava em estado de choque relatou à agência IHA: "Vi um pai com seu bebê nos braços pedindo almofadas para poder lançar seu filho. Felizmente, ele esperou pelos serviços de resgate, que conseguiram salvar ambos."

O incêndio afetou gravemente a estrutura do edifício, especialmente no saguão, que ficou destruído com vidros quebrados e móveis carbonizados. A localização do hotel, contra um penhasco, dificultou ainda mais o trabalho dos bombeiros, que enfrentaram horas de esforço para controlar as chamas.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, expressou sua dor e solidariedade à população, interrompendo um discurso no Congresso para lamentar a tragédia. “Nossa dor é grande e nossa angústia imensa”, afirmou. Ele confirmou que investigações judiciais e administrativas foram abertas para determinar a causa do incêndio e garantir que os responsáveis sejam punidos. “Serão tomadas todas as medidas necessárias para esclarecer todos os aspectos do ocorrido”, disse o presidente.

Em relação às medidas de segurança do hotel, sobreviventes criticaram a falta de um sistema eficiente de alarmes. Muitos relataram que não ouviram qualquer sinal de alerta e tiveram que fugir pela escuridão e pela fumaça. O ministro do Turismo, Nuri Ersoy, defendeu que o hotel possuía um certificado de segurança contra incêndios emitido pelos bombeiros e afirmou que as inspeções regulares eram realizadas.