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Trump pretende assumir controle de Gaza por dois anos com apoio internacional

Proposta de resolução da ONU daria aos Estados Unidos e países aliados mandato para segurança e reconstrução da Faixa de Gaza

O presidente dos EUA, Donald Trump, durante reunião de cúpula da Asean, em Kuala Lumpur, na Malásia - 26/10/2025 (Foto: Vincent Thian/Pool via REUTERS)

247 - Uma proposta de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, elaborada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevê a criação de uma força internacional responsável por administrar e garantir a segurança na Faixa de Gaza por um período inicial de dois anos.

De acordo com informações publicadas pelo site Axios e repercutidas pelo Times of Israel, o texto preliminar da resolução estabelece que essa “Força Internacional de Estabilização” teria amplos poderes para controlar as fronteiras de Gaza com Israel e Egito, proteger civis e zonas humanitárias, além de treinar e integrar novas forças policiais palestinas.

O documento indica ainda que o mandato incluiria o desarmamento do Hamas.

Cooperação regional e papel dos EUA

A minuta também prevê que as Forças de Segurança Israelenses (FSI) desempenhem “tarefas adicionais em apoio ao acordo de Gaza”, em coordenação entre o Egito e Israel. A proposta sugere ainda a criação de um “Conselho de Paz”, idealizado por Donald Trump, com status jurídico internacional e autonomia para coordenar o financiamento da reconstrução de Gaza, até que a Autoridade Palestina conclua um programa de reformas internas.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, entretanto, tem afirmado que a Autoridade Palestina não deve participar da administração do território, posição que diverge da defendida por aliados ocidentais de Israel.

Segundo uma fonte ouvida pelo Axios, Washington pretende submeter o texto ao Conselho de Segurança da ONU nas próximas semanas.

Plano de paz e retirada gradual israelense

A proposta faz parte de um “plano de paz” mais amplo de 20 pontos elaborado por Trump. O projeto prevê que, à medida que as forças internacionais forem se instalando, Israel comece a retirar suas tropas de Gaza gradualmente, mantendo apenas uma presença mínima em áreas de segurança até que o território esteja “livre de qualquer ameaça terrorista ressurgente”.

Atualmente, Israel mantém o controle de cerca de 53% da Faixa de Gaza. A retirada completa dependeria do avanço do processo de desmilitarização e da cooperação entre as forças envolvidas.

Trump declarou recentemente que, caso o Hamas se recuse a entregar as armas, “nós os desarmaremos rapidamente, e talvez de forma violenta, mas eles serão desarmados”.

Reações internacionais e próximos passos

Enquanto isso, ministros das Relações Exteriores de seis países muçulmanos — Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Paquistão e Indonésia — reuniram-se em Istambul para discutir o futuro de Gaza. O chanceler turco, Hakan Fidan, afirmou que as nações “decidirão se enviarão tropas com base no mandato e na autoridade da força internacional”, ressaltando que “primeiro é necessário chegar a um consenso geral sobre o rascunho, que depois deve ser aprovado pelos membros do Conselho

O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, deverá se reunir com Donald Trump em 18 de novembro, na Casa Branca, para discutir o futuro e a reconstrução de Gaza. Fontes diplomáticas disseram ao Times of Israel que Washington pretende apresentar o projeto de resolução formalmente antes dessa visita.

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