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Trump diz que pretende viajar a Gaza e a Israel no próximo domingo

O presidente dos EUA também comentou sobre reféns mantidos pelo Hamas

Presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita ao Reino Unido - 18/09/2025 (Foto: Leon Neal/Pool via REUTERS)

247 - O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (9) que pretende viajar à Faixa de Gaza e a Israel no domingo (12). Os Estados Unidos mediaram um acordo entre Hamas e o governo israelense. Ao comentar sobre a proposta, o chefe da Casa Branca disse que reféns mantidos pelo grupo islâmico devem ser libertados na segunda (13) ou terça-feira (14). A declaração foi concedida em em coletiva de imprensa antes de reunião bilateral com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb. 

Os EUA apresentaram uma proposta para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, que estipula um prazo de até 72 horas para o Hamas liberar todos os reféns, vivos ou mortos. De acordo com o governo de Israel, dos 48 reféns em poder do grupo, apenas 20 ainda estão vivos. Em contrapartida, a proposta prevê que Israel libere quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo aqueles condenados à prisão perpétua.

A proposta também contempla uma espécie de anistia para o Hamas, desde que o grupo entregue suas armas. No entanto, o Hamas ficará impossibilitado de participar da formação do governo de Gaza. O território, então, deverá ser administrado por um governo temporário, composto por um comitê formado por palestinos considerados "qualificados" e especialistas internacionais.

O novo governo de Gaza estará sob a supervisão de um órgão denominado "Conselho da Paz", que será chefiado pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa estrutura visa estabelecer um período de transição, no qual a estabilidade e a reconciliação política serão as prioridades, com a ajuda de mediadores internacionais.

Agravamento das tensões e crise humanitária em Gaza

Números divulgados pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza apontaram que mais de 67 mil palestinos morreram desde outubro de 2023 vítimas dos ataques lançados por forças israelenses. 

Nos últimos dias, as manifestações contra Israel aumentaram consideravelmente, especialmente após as restrições impostas ao envio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. As forças israelenses interceptaram embarcações carregadas com alimentos e medicamentos destinados à população local, intensificando a crise humanitária na região.

Na segunda-feira, dia 6, o governo israelense expulsou a ativista sueca Greta Thunberg, junto com outros 170 militantes que estavam sob custódia. Durante as operações contra as embarcações de auxílio, mais de 400 pessoas foram reportadas como desaparecidas.

Impactos devastadores da guerra: um alerta da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em 2 de outubro um relatório alarmante sobre os efeitos da guerra em Gaza. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, aproximadamente 167 mil pessoas ficaram feridas, com cerca de 42 mil enfrentando sequelas permanentes. A situação é especialmente grave para as crianças, que representam uma em cada quatro vítimas. A OMS revelou que 25% das lesões registradas resultaram em danos irreversíveis, incluindo mais de 5 mil amputações.

Além das amputações, milhares de feridos enfrentam danos graves, com mais de 22 mil lesões em membros superiores e inferiores, cerca de 2 mil afetando a medula espinhal, 1,3 mil no cérebro e mais de 3,3 mil queimaduras severas. A OMS destaca que, devido ao colapso do sistema de saúde local, a necessidade de centros médicos especializados e serviços de reabilitação aumentou drasticamente.

Sistema de saúde em colapso

O relatório da OMS também evidencia o número alarmante de traumas faciais e oculares entre os feridos, muitos dos quais resultam em deformidades permanentes e estigmatização social, particularmente para aqueles que aguardam evacuação médica. Com o sistema de saúde em Gaza praticamente em colapso, apenas 14 dos 36 hospitais estão funcionando de forma parcial. As unidades de reabilitação enfrentam uma crise ainda maior, com menos de um terço delas em operação, e nenhuma delas funcionando em sua capacidade plena, apesar dos esforços de médicos e organizações parceiras.

Antes do conflito, Gaza possuía cerca de 1.300 fisioterapeutas e 400 terapeutas ocupacionais. No entanto, com a guerra, muitos desses profissionais foram deslocados ou perderam a vida, incluindo pelo menos 42 mortos até setembro de 2024. O número de especialistas em reabilitação é insuficiente para lidar com a crescente demanda de amputados e feridos graves. Atualmente, Gaza conta com apenas oito técnicos qualificados para a produção e colocação de próteses, o que é claramente inadequado frente ao número de vítimas que necessita desses cuidados.

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