Trump diz que Irã está a ponto de obter uma arma nuclear
Em meio à intensificação da guerra, Irã aceita conversar com países europeus sobre programa nuclear
247 - Em meio ao cenário da guerra desencadeada por Israel contra o Irã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Irã estaria "a semanas, ou no máximo alguns meses" de obter uma arma nuclear. A declaração foi feita a jornalistas no aeroporto de Morristown, em Nova Jersey. "Não podemos deixar isso acontecer", disse Trump. Ele ainda desautorizou sua própria diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, que havia declarado não haver evidências concretas de que Teerã estivesse construindo armamentos nucleares.
Impasse diplomático
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, chegou a Genebra na sexta-feira (20), para participar de conversações com chanceleres europeus. Segundo ele, no entanto, "não há espaço para negociações com os Estados Unidos até que a agressão israelense cesse". A presença iraniana na Suíça visa discutir alternativas diplomáticas com os europeus, embora, até o momento, poucos avanços tenham sido registrados.
Donald Trump indicou que poderá demorar até duas semanas para decidir se os EUA entrarão formalmente no conflito ao lado de Israel. "É tempo suficiente para ver se as pessoas recobrariam o juízo", declarou. Contudo, deixou claro que não pressionará Tel Aviv para reduzir os ataques, o que, segundo ele, "seria mais fácil pedir se Israel estivesse perdendo, e não vencendo".
"O Irã não quer falar com a Europa. Eles querem falar conosco. A Europa não vai poder ajudar nisso", disse Trump, evidenciando sua descrença nas iniciativas europeias e sua convicção de que Washington permanece como o único interlocutor relevante para Teerã.
Consequências e riscos
De acordo com informações obtidas pela Reuters, centenas de cidadãos norte-americanos fugiram do Irã desde o início da guerra aérea, conforme relatado em telegrama confidencial do Departamento de Estado. O risco de escalada é constante, principalmente diante das declarações do embaixador israelense na ONU, Danny Danon, que afirmou ao Conselho de Segurança na sexta-feira: "Não vamos interromper nossos ataques até que a ameaça nuclear do Irã seja completamente desmantelada".
Por sua vez, o embaixador do Irã nas Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, criticou duramente a possibilidade de os Estados Unidos se juntarem à guerra e exigiu que o Conselho de Segurança tome medidas urgentes. Teerã demonstrou preocupação com o agravamento do cenário regional, classificando os bombardeios como atos de agressão.
Rússia e China pediram publicamente a redução imediata das tensões, exigindo um cessar-fogo e a retomada de negociações diplomáticas. Uma autoridade iraniana afirmou à Reuters que o país está disposto a discutir limitações técnicas ao enriquecimento de urânio, mas não aceitará qualquer exigência que o impeça completamente de prosseguir com o processo, "especialmente agora, sob os ataques de Israel".
Crise prolongada e sem resolução à vista
Com as mortes de centenas de civis e militares, hospitais e centros urbanos sob ataque, e o aumento das ameaças cruzadas entre as potências, o conflito entre Israel e Irã já se configura como o mais grave embate militar direto entre os dois países em décadas. A atuação ambígua dos Estados Unidos e a impotência da diplomacia europeia tornam incerto o rumo das negociações e ampliam o risco de uma guerra regional de grandes proporções.
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