Israel afirma ter matado comandante iraniano enquanto guerra continua em escalada
Comandante da Força Quds é alvo de ataque em Qom
247 - Israel anunciou neste sábado (21) a morte de Saeed Izadi, comandante veterano da Guarda Revolucionária Iraniana, em meio a uma nova e intensa escalada de ataques entre os dois países, informa a Reuters. .
Segundo o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, Izadi liderava o Corpo Palestino da Força Quds — braço internacional da Guarda Revolucionária — e foi morto num ataque aéreo em um apartamento localizado na cidade de Qom, no Irã. Katz qualificou a operação como uma "grande conquista para a inteligência israelense e a Força Aérea", acrescentando que o comandante iraniano teria financiado e armado o Hamas antes do ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início à atual guerra na Faixa de Gaza.
O assassinato de Izadi ocorre no mesmo momento em que a tensão entre Tel Aviv e Teerã se intensifica. A mídia iraniana havia relatado anteriormente que um prédio residencial em Qom foi atingido por mísseis israelenses, resultando na morte de um adolescente de 16 anos e ferimentos em outras duas pessoas. Já a Guarda Revolucionária informou que cinco de seus membros foram mortos em ataques na cidade de Khorramabad, sem mencionar Izadi.
A agência noticiosa iraniana Fars afirmou ainda que Israel tentou atingir instalações nucleares na cidade de Isfahan, uma das maiores do país. As autoridades iranianas, no entanto, garantem que não houve vazamento de materiais radioativos.
Em resposta aos bombardeios, o Irã lançou uma nova ofensiva com mísseis e drones contra Israel. Sirenes de ataque aéreo soaram em várias partes do centro do país, incluindo Tel Aviv e regiões da Cisjordânia ocupada. Imagens mostraram interceptações visíveis nos céus da capital israelense e explosões que abalaram a área metropolitana. Apesar da intensidade, não houve registro imediato de vítimas no território israelense.
Ali Shamkhani, conselheiro próximo do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, declarou ter sobrevivido a um ataque israelense. Em mensagem transmitida pela mídia estatal, afirmou: “Era meu destino ficar com um corpo ferido, então fico para continuar a ser o motivo da hostilidade do inimigo.”
De acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos, sediada nos EUA, os ataques israelenses ao Irã desde o início da ofensiva, em 13 de junho, já deixaram 639 mortos, incluindo altos comandantes militares e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano. A mesma fonte relatou bombardeios a hospitais. O ministro da Saúde do Irã, Mohammadreza Zafarqandi, confirmou que três unidades hospitalares foram atingidas, resultando na morte de dois profissionais de saúde e uma criança. Seis ambulâncias também teriam sido alvos.
Em contrapartida, autoridades israelenses informaram que 24 civis morreram em território israelense devido aos ataques do Irã.
Apesar da escalada militar, o Irã deixou claro que não aceitará qualquer negociação sobre seu programa nuclear enquanto for alvo de ataques. A posição foi divulgada por Teerã na sexta-feira, frustrando os esforços diplomáticos da União Europeia e da ONU, que pedem moderação.
Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, adotou um tom alarmista em relação ao avanço do programa nuclear iraniano. Em declarações a jornalistas no aeroporto de Morristown, em Nova Jersey, disse: “Acredito que o Irã será capaz de ter uma arma nuclear em questão de semanas, ou certamente em questão de meses. Não podemos deixar isso acontecer.”
Trump também criticou sua diretora de inteligência nacional, Tulsi Gabbard, por afirmar que não há evidências concretas de que Teerã esteja desenvolvendo uma bomba atômica. “Ela está errada”, rebateu o presidente norte-americano.
Israel, por sua vez, é amplamente reconhecido como potência nuclear, embora nunca tenha confirmado oficialmente a posse de ogivas atômicas.
A tensão crescente entre os dois países coloca em risco não apenas a segurança regional, mas também os frágeis esforços internacionais por um cessar-fogo e por soluções diplomáticas. Com mísseis cruzando os céus do Oriente Médio e mortes se acumulando de ambos os lados, a comunidade internacional se vê mais uma vez diante do desafio de conter uma escalada que pode ter consequências globais.
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