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Trump completa 79 anos e lidera desfile militar, enquanto mais de 2 mil protestos são esperados nos EUA

Críticos classificam o desfile como uma demonstração autoritária de poder e um desperdício de recursos. População se revolta contra repressão migratória

Donald Trump (Foto: REUTERS/Ken Cedeno)
Guilherme Levorato avatar
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Reuters - Protestos nacionais contra o presidente Donald Trump, tensões no Oriente Médio em meio aos ataques de Israel ao Irã e a previsão de chuva em Washington no sábado podem afetar os ânimos durante o desfile militar em comemoração aos 250 anos do Exército dos Estados Unidos, que contará com tanques nas ruas e aeronaves sobrevoando a capital. Trump, que também comemora seu 79º aniversário neste sábado, presidirá o desfile.

Protestos que já duram uma semana em Los Angeles contra a repressão migratória de Trump se espalharam para várias cidades, incluindo Chicago, Nova York, San Antonio (Texas) e Washington.

O presidente republicano ordenou o envio de tropas da Guarda Nacional e de fuzileiros navais para Los Angeles, uma cidade majoritariamente democrata — medida que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, contestou judicialmente.

Grupos contrários a Trump planejam realizar cerca de 2.000 manifestações de diversos tamanhos em todo o país, coincidindo com o desfile. Muitas dessas manifestações ocorrem sob o lema "sem reis", afirmando que ninguém está acima da lei.

Caso ocorram como planejado, os protestos representarão uma das maiores demonstrações públicas de oposição a Trump desde seu retorno ao poder em janeiro.

Quem for ao desfile em Washington encontrará um forte esquema de segurança, com aproximadamente 30 quilômetros de cercas pretas de 2,4 metros de altura, muitas reforçadas com barreiras de concreto, isolando ruas e monumentos como o Obelisco de Washington.

As celebrações devem custar entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões ao Exército, segundo autoridades dos EUA informaram à Reuters. Esse valor inclui o desfile em si, além dos custos de transporte de equipamentos, alojamento e alimentação das tropas.

Críticos classificaram o evento como uma demonstração autoritária de poder e um desperdício de recursos — especialmente considerando que Trump já declarou intenção de cortar gastos em toda a máquina federal.

"Você não está fazendo isso para comemorar o aniversário do Exército. Está fazendo para massagear o ego de Donald Trump", afirmou a senadora democrata Tammy Duckworth, de Illinois, veterana de combate no Iraque que perdeu as duas pernas na guerra, durante uma audiência neste mês. "Se você quer comemorar o aniversário do Exército gastando US$ 30 milhões, recomendo pensar em algo como creches para famílias militares, ou talvez reembolso de mensalidades escolares para essas famílias".

'Não me sinto como um rei' - Ao menos uma organização, a RefuseFascism.org, tem permissão para realizar uma marcha no centro de Washington, que terminará em um comício em frente à Casa Branca. Trump alertou contra protestos durante o desfile, afirmando que "eles serão recebidos com força muito grande".

As manifestações — e qualquer resposta por parte das autoridades policiais — servirão de contraste ao evento que busca homenagear a história do Exército dos EUA ao longo do dia, com exibição de uniformes e armamentos de diferentes épocas.

"Eu não me sinto como um rei, tenho que passar por um inferno para conseguir aprovar alguma coisa", disse Trump a repórteres na quinta-feira. "Não somos um rei, de forma alguma".

Embora o Exército tenha dito que o desfile ocorrerá faça chuva ou faça sol, a previsão do tempo para a noite de sábado indica possibilidade de fortes tempestades na região de Washington.

Defensores da celebração argumentam que os 250 anos do Exército representam um evento único, que merece uma comemoração à altura.

A exibição de equipamentos militares dos EUA ocorrerá logo após um dos principais aliados do país, Israel, lançar uma série de ataques contra o Irã, que prometeu reagir com dureza.

Espetáculo raro - Desfiles militares são raros nos Estados Unidos. Em outros países, normalmente servem para celebrar vitórias em batalhas ou exibir poderio militar.

Em 1991, tanques e milhares de soldados desfilaram por Washington para comemorar a expulsão das forças do presidente iraquiano Saddam Hussein do Kuwait, durante a Guerra do Golfo.

As autoridades preveem que centenas de milhares de pessoas compareçam ao desfile de sábado.

Milhares de agentes, policiais e especialistas serão mobilizados por forças de segurança de todo o país, e drones operados pelo Serviço Secreto farão a vigilância aérea.

A Administração Federal de Aviação (FAA) fechará pousos e decolagens no Aeroporto Nacional Reagan, em Washington, durante o auge da celebração.
Embora o Exército tenha afirmado que não há planos de homenagear o aniversário de Trump, o presidente terá papel central nos festejos.

O Exército deslocou quase 7 mil soldados para Washington, juntamente com 150 veículos, incluindo mais de 25 tanques M1 Abrams, 28 blindados Stryker, quatro obuseiros autopropulsados Paladin e peças de artilharia como os modelos M777 e M119.

O sobrevoo contará com helicópteros Apache, Black Hawk e Chinook. Aeronaves mais antigas, como o bombardeiro B-25 e o caça P-51 Mustang, ambos da Segunda Guerra Mundial, também participarão.

As Forças Armadas tomaram precauções para evitar danos às ruas da capital causados pelo peso dos tanques, como a instalação de placas metálicas em algumas áreas.

O Exército afirmou que arcará com eventuais custos de reparo e reservou milhões de dólares para esse fim, embora preveja impacto mínimo.

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