Rússia pede cautela aos EUA diante de possível envio de mísseis Tomahawk à Ucrânia
Diplomata russo alerta que entrega de armamentos pode gerar consequências graves para as relações entre Moscou e Washington
247 - A tensão entre Moscou e Washington voltou a ganhar força após declarações de um alto representante russo sobre a possível entrega de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (8), o vice-chanceler Serguei Ryabkov pediu que os Estados Unidos lidem com o tema “com bom senso, responsabilidade e cautela”.
As declarações foram publicadas pela agência Prensa Latina, que destacou o alerta de Moscou quanto às consequências de uma eventual decisão norte-americana. Segundo Ryabkov, sem o software e os lançadores adequados, os Tomahawk não passam de “projéteis”, mas sua utilização em território ucraniano só poderia ocorrer com envolvimento direto de militares dos Estados Unidos.
Alerta russo sobre escalada do conflito
O diplomata reforçou que a instalação desses sistemas em Kiev representaria “uma mudança substancial no cenário”, mas não diminuiria a determinação russa em atingir seus objetivos militares. “Espero que aqueles que pressionam Washington para tomar essa decisão entendam completamente a magnitude e a gravidade das consequências”, declarou.
As advertências surgem em meio à especulação sobre a intenção de Washington em reforçar o arsenal ucraniano. Em setembro, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, admitiu em entrevista à Fox News que a Casa Branca avalia a entrega dos Tomahawk, mas ressaltou que a decisão final cabe ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Relações bilaterais em risco
O presidente Vladimir Putin também se manifestou sobre o tema, afirmando que o uso de mísseis Tomahawk pelas tropas ucranianas não alteraria a situação nas frentes de combate, mas teria forte impacto negativo nas relações bilaterais.
O episódio ameaça desfazer o recente degelo diplomático entre os dois países. Em fevereiro, Putin e Trump conversaram por telefone pela primeira vez desde o retorno do republicano à Casa Branca. Meses depois, em agosto, os líderes se encontraram em Anchorage, no Alasca, para uma cúpula que buscava caminhos para reduzir as hostilidades no conflito ucraniano e melhorar o diálogo bilateral.
Agora, diante das especulações sobre os Tomahawk, Moscou volta a advertir que a escalada militar pode colocar em xeque qualquer avanço obtido nas negociações diplomáticas ao longo deste ano.


