Rússia declara ilegal o retorno de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã
Moscou acusa tentativas de reativar punições suspensas em 2015 de violarem a Carta das Nações Unidas
247 – A Rússia classificou como ilegais e inviáveis as tentativas de reativar as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã que estavam em vigor antes de 2015. A declaração foi feita pelo primeiro vice-representante permanente russo nas Nações Unidas, Dmitry Polyansky, após a rejeição, pelo Conselho, de uma resolução apresentada por Moscou e Pequim para estender o acordo nuclear iraniano. A informação foi divulgada pela agência TASS.
“Qualquer tentativa de reviver as resoluções anti-Irã do Conselho de Segurança em vigor antes de 2015 é ilegal e inviável”, afirmou Polyansky. O diplomata enfatizou que “o Secretariado da ONU, naturalmente, não tem base para renovar os mandatos relevantes [para monitorar e implementar sanções contra o Irã]. Qualquer tentativa nesse sentido constituiria uma violação do Artigo 100 da Carta da ONU e nos obrigaria a reconsiderar seriamente nossas relações com o Secretariado”.
Defesa do acordo nuclear e críticas aos países ocidentais
Polyansky destacou que Rússia e China “fizeram todo o possível para evitar um cenário negativo no desenvolvimento da situação em torno do JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global) e dar uma chance à diplomacia”. Ele responsabilizou diretamente os países que não apoiaram a proposta de Moscou e Pequim pela escalada da crise.
“Agora, toda a responsabilidade por quaisquer consequências e resultados da votação de hoje, tanto para a situação no terreno quanto para o futuro trabalho do Conselho de Segurança, recai precisamente sobre aqueles Estados que não apoiaram nosso projeto”, concluiu o diplomata russo.
Contexto do impasse
O Conselho de Segurança rejeitou, recentemente, a resolução apresentada por Rússia e China que buscava prorrogar por seis meses a Resolução 2231, aprovada em 2015 em apoio ao acordo nuclear iraniano. O fracasso da iniciativa evidencia a crescente divisão entre os membros do Conselho em relação ao tratamento dado a Teerã, em meio às tensões geopolíticas e à disputa pela manutenção ou não de sanções multilaterais.